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Mais de 20% dos nós do Bitcoin estão censurando a rede

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O Bitcoin vive um debate intenso sobre o futuro de sua rede. Dados da Coin Dance mostram que 22,81% dos nós públicos já operam com o cliente Bitcoin Knots, conhecido por aplicar filtros contra spam. Entre os 24.891 nós acessíveis, 19.168 usam o Bitcoin Core e 5.678 rodam o Knots, revelando uma migração crescente.

Mas essa mudança não começou agora. Em fevereiro, o Knots tinha pouco mais de 500 nós. Hoje, supera 20% do total. A razão está nas políticas mais rigorosas de mempool, que reduzem o espaço para transações não monetárias. O Knots mantém limite de 40 bytes para OP_RETURN, enquanto o Bitcoin Core, ainda dominante com 77%, prepara uma atualização para outubro que eleva o limite para 100.000 bytes.

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O anúncio da nova versão do Bitcoin Core v30 aumentou as tensões. Críticos alertam que a abertura pode transformar a rede em um repositório de conteúdo aleatório, incluindo JPGs e dados ilegais, o que poderia afetar o valor monetário do protocolo. Defensores, por outro lado, lembram que o Core não pratica censura e deve preservar a liberdade de uso da blockchain.

Enquanto isso, a comunidade observa experimentos como o Knobs, um fork mais radical que permite configurações amplas, mas que pode gerar lentidão e instabilidade de rede. A existência desse projeto mostra que os debates técnicos também abrem espaço para ironia e provocações entre os desenvolvedores.

Censura no Bitcoin ou proteção da rede?

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Imagem: coin.dance

No centro da discussão está o criptógrafo Adam Back, criador do Hashcash e um dos nomes mais antigos ligados ao Bitcoin. Ele criticou publicamente a recorrência de spam na rede, ainda que em tom equilibrado. Segundo Back, o Bitcoin “se trata de dinheiro, e o spam não tem cabida na cadeia de tempo”. A frase foi celebrada por apoiadores do Knots como uma defesa indireta de limites mais rígidos para o OP_RETURN.

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Back reconheceu que os usuários e o mercado exercem o papel central em disputas técnicas. Ele lembrou que durante a guerra do tamanho dos blocos, não foram desenvolvedores ou mineradores que decidiram, mas sim os nós econômicos e o preço de mercado. Para ele, o Bitcoin pertence à humanidade, e mudanças precisam do consenso dos usuários.

Estudos recentes apontam que, nos últimos quatro meses, o número de arquivos JPEG inscritos via Taproot aumentou 20%. Para Back, essa prática é atividade econômica, mas também desperdiçadora, pois desloca transações monetárias essenciais. Ele reforça que existem soluções otimizadas para armazenar imagens, como IPFS ou Imgur, sem ocupar espaço na blockchain.

A reação às declarações de Back foi imediata. Personalidades como Samson Mow e Dennis Porter celebraram o posicionamento. Mow chegou a brincar sobre rumores de que a conta de Adam estaria sob outro controle. Já Porter destacou que o Bitcoin continua sendo “dinheiro para o povo, pelo povo”.

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