O sucesso das stablecoins acendeu um alerta nos grandes bancos dos Estados Unidos. E agora eles planejam se unir em uma joint venture para competir diretamente contra isso. Os alvos principais, de acordo com fontes, são a Tether e a Circle, emissoras das stablecoins USDT e USDC, respectivamente.
Nomes como JPMorgan Chase, Bank of America, Citigroup e Wells Fargo se juntaram nesta aliança por meio de suas empresas de pagamento. De acordo com uma reportagem do Wall Street Journal, os bancos usariam as suas empresas de pagamento como forma de competir contra as stablecoins.
E o momento não poderia ser mais oportuno. Afinal, o Senado dos EUA recentemente aprovou a GENIUS Act, lei que regulamenta as stablecoins no país. Como resultado, essas moedas podem ganhar ainda mais espaço como meios de pagamento na maior economia do mundo.
Stablecoins são moedas digitais normalmente atreladas ao dólar americano ou a outras moedas fiduciárias. Só que nos últimos anos as empresas passaram a adquirir mais títulos do Tesouro dos EUA. De fato, uma das maiores compradoras de títulos dos EUA é a Tether: dos seus quase US$ 150 bilhões em reservas, 80% estão alocados em títulos dos EUA.
Mudança de visão sobre stablecoins
Esta semana, o Senado avançou com o GENIUS Act, um projeto de lei bipartidário que visa regulamentar as stablecoins de pagamento. Com a nova lei, as stablecoins poderão acelerar a adoção de ativos digitais em geral e fortalecer o caso de investimento para Bitcoin e outras criptomoedas.
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Mas os bancos também poderão se beneficiar. Embora as stablecoins sejam uma forte ameaça, os bancos veem a mudança no cenário regulatório como um possível sinal verde. Ou seja, eles mesmos querem explorar maneiras de desafiar o domínio da Circle e da Tether.
Afinal, o mercado de stablecoin possui mais de US$ 245 bilhões em valor, de acordo com o CoinGecko. E os bancos querem utilizar sua infraestrutura para conseguir ter protagonismo.
A Circle, uma emissora regulamentada pelos EUA, lançou a USDC em 2018 juntamente com a Coinbase. O objetivo da empresa era oferecer uma alternativa ao USDT, criado pela Tether em 2014. A USDC cresceu bastante, mas ainda representa menos da metade do valor de mercado de sua rival.
Por outro lado, a Tether manteve uma posição dominante no setor de stablecoins, apesar de anos de escrutínio sobre a transparência de suas reservas. Atualmente, a USDT representa mais de 60% do mercado.
Já a Circle, por outro lado, buscou diferenciar a USDC, posicionando-o como um produto mais compatível, citando atestados de terceiros e um envolvimento regulatório mais próximo nos EUA. Mas essa vantagem pode desaparecer com a aprovação da nova lei e o surgimento de novas emissoras regulamentadas de stablecoins.