A Lightning Network (LN), a mais aguardada solução de escalabilidade da rede do Bitcoin, está oficialmente em operação em uma versão beta após inúmeros embates entre mainnet e testnet.
A Lightning Labs lançou oficialmente uma versão beta do seu software (LND) que, entre outras funcionalidades, pretende tornar as transações mais rápidas e mais baratas através de uma solução em segunda camada (ou layer2). Com a tecnologia, as transações são processadas fora da blockchain principal, por meio de canais de pagamento e após o encerramento destes canais, elas são “sincronizadas” com a blockchain principal em apenas uma transação.
Segundo os desenvolvedores, essa novidade abre caminho para as transações atômicas (Atomic Swaps) e para micro e nano pagamentos relacionados com a Internet das Coisas (IoT). Também foi revelado que a Lightning Labs arrecadou US$2,5 milhões de diversos investidores, incluindo o CEO do Twitter Jack Dorsey e o criador da Litecoin Charlie Lee.
“É algo que toda a comunidade se concentrou e trabalhou durante quase dois anos. A LN é realmente o resultado de um trabalho realizado por muitas pessoas, não apenas pela Lightning Labs. Nós a consideramos uma parte muito importante da solução de escala para o Bitcoin, e talvez também para outras criptomoedas”, destacou Ben Davenport, um dos investidores do projeto e CTO na empresa de segurança blockchain BitG.
Antes do lançamento oficial, a rede já estava em “operação” em um ambiente de testes, o testnet, e também na rede principal aberta, a mainet, que não era aconselhável seu uso, justamente por ainda não ter sido lançada oficialmente o que poderia fazer com que os usuários perdessem os fundos transacionados. No entanto, as advertência não impediram uma série de desenvolvimentos paralelos na rede, desde a primeira transação oficial, na qual foi adquirido um hardware, até transações feita em caixas eletrônicos.
Charlie Lee, criador da Litecoin e um dos entusiastas da nova rede, salientou que milhares de pessoas em todo o mundo contribuíram para o lançamento da Lightning, desde testadores voluntários que ajudaram a encontrar bugs na versão alfa original até desenvolvedores como Jim Posen, da Coinbase, que contribuiu com o código através do GitHub.
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“O envolvimento da comunidade em torno do Lightning foi incrível”, disse Elizabeth Stark, CEO da Lightning Labs, à CoinDesk, agência de notícias especializada no universo cripto. Stark acrescentou que planeja manter o software em código aberto:
“O protocolo sempre será de código aberto e agora tudo o que estamos fazendo será de código aberto.”
Apesar disso, Stark foi muito crítica em relação ao envolvimento da comunidade em torno da Lightining, chegando a dizer que as aplicações desenvolvidas, até então sem o consentimento da Labs, atrapalhavam o desenvolvimento do projeto e chegou a pedir que os usuários parassem de usar a rede para realizar transações reais:
“Não estávamos recomendando o uso na rede principal antes deste beta porque existem certos recursos, como um backup de sementes de carteira, que não existiam anteriormente. Existem novos recursos incluídos que também vão apresentar correções de bugs e melhorias de estabilidade.”
Atualmente, a Lightning Network possui mais de mil nós e quase dois mil canais de pagamento ativos, porém, a equipe da Stark construiu algumas medidas de segurança para limitar a quantidade de Bitcoins que as pessoas podem enviar, nesta versão beta, para cerca de US$1.400 por canal, ou cerca de US$400 por pagamento.