A IBM é uma da gigantes do setor de tecnologia que mais tem se empenhando em construir soluções e parcerias envolvendo blockchain. A empresa, inclusive, é uma das principais responsáveis pelo desenvolvimento da plataforma Hyperledger Fabric que vem liderando a implementação da cadeia de blocos na indústria tradicional.
No Brasil, a empresa também vem desenvolvendo projetos e implementando integrações como no caso do programa “Garantia de Origem”, da rede varejista Carrefour, que tem adotado soluções da IBM com objetivo de monitorar produtos com a marca do hipermercado e que incluem leites, carnes, frutas, legumes e verduras. Atualmente, fazem parte desse programa 160 itens, produzidos por 40 fornecedores da rede varejista e, nas gôndulas do mercado, já é possível encontrar mercadorias da líder mundial no ramo de carnes, a BRF, com um QR code contendo todas as informações do produto, desde a etapa de produção até distribuição, tudo em blockchain.
O Brasil parecer ser um mercado chave para a IBM, tanto que, em março deste ano, a gigante de tecnologia anunciou um investimento de US$5,5 milhões até 2020 para a criação do primeiro hub de soluções dedicado a blockchain na América Latina. Com este hub dedicado, o Brasil uniu-se a um grupo selecionado de outros cinco países – Inglaterra, Estados Unidos, Canadá, Japão e Alemanha – que possuem infraestrutura de data center de IBM Cloud com capacidades de blockchain. Os centros estão protegidos com altos níveis de segurança da indústria oferecidos pelo IBM Z.
Para falar um pouco sobre este mercado e como a IBM vê o potencial da tecnologia blockchain no Brasil, o Criptomoedas Fácil conversou com Carlos L L Rischioto, líder da IBM no Brasil, que destacou a importância da interoperabilidade entre plataformas, sejam elas públicas ou privadas, e que a blockchain é muito maior que o Bitcoin. Confira!
Criptomoedas Fácil: Recentemente, a Accenture anunciou o “interoperability node”, que permite a integração de dados de diferentes blockchains privadas como Corda, Hyperledger e Quorum. Como a IBM. que trabalha na construção e desenvolvimento do Hyperledger, vê esta solução? Você acredita que este é um dos caminhos para a adoção em massa da blockchain?
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Carlos Rischioto: Nós reconhecemos que a interoperabilidade entre diferentes tecnologias blockchain é fundamental para apoiar a expansão da blockchain no mundo corporativo. Em nosso trabalho contínuo com as redes de negócios e consórcios no mercado, esperamos poder aplicar essa tecnologia para aumentar a abrangência desse ecossistema. Inclusive dentro da iniciativa do Hyperledger, temos um projeto trabalhando no desenvolvimento de ferramentas para integração de diferentes blockchains, é o Projeto Hyperledger Quilt.
CF: A interoperabilidade também chegará às plataformas públicas?
CR: A facilidade de integração entre diferentes tecnologias blockchain, assim como com os sistemas internos das instituições e empresas, certamente é fator decisivo na escolha de uma plataforma blockchain e normalmente as blockchains privadas têm uma preocupação maior com as integrações e a interoperabilidade com outras tecnologias. Provavelmente, as necessidades de negócios, associadas às redes blockchain, exigirão que as tecnologias de integração evoluam para permitir a convivência conjunta de diferentes blockchains públicas e privadas. Podemos perceber esse movimento através dos diversos projetos em desenvolvimento focados na integração de diferentes tecnologias, como é o caso do projeto Hyperledger Quilt.
CF: Assim que o mercado fez a “separação” das tecnologias Bitcoin e blockchain, o primeiro passou a ser praticamente ”evitado” pelas instituições, no entanto, não existiria blockchain sem Bitcoin. Como você vê esta relação?
CR: Devemos reconhecer o Bitcoin como a primeira implementação da tecnologia blockchain, porém é importante percebermos que a tecnologia tem um potencial de aplicabilidade muito maior do que apenas o Bitcoin e as criptomoedas.
CF: Quais os principais projetos de blockchain que a IBM vem desenvolvendo com outras empresas no Brasil?
CR: A IBM tem trabalhado com diversos clientes nos Brasil no desenvolvimento de soluções baseadas em blockchain, principalmente relacionados as áreas de rastreamento de alimentos, logística e mercado financeiro.