Tamanho, investidores e estatais
Em qualquer país do mundo, a expectativa pela escolha de um novo governo causa tensão no mercado financeiro. Se o país tiver alto grau de intervenção estatal – como o Brasil – a tensão aumenta proporcionalmente. Especialmente por causa de três fatores
O primeiro: o mercado de capitais brasileiro ainda possui tamanho ínfimo. Apenas uma empresa dos Estados Unidos, a Apple, possui maior valor de mercado do que todas as empresas listadas no Brasil (US$ 1 trilhão contra cerca de US$830 bilhões).
O segundo é que, além de seu reduzido tamanho em termos de valor, temos uma quantidade muito pequena de empresas. A B3 possui cerca de 400 empresas listadas, enquanto nos Estados Unidos existem mais de 5000 companhias nas bolsas do país. A parcela de investidores em nossa população também é limitada. Cerca de 0.3% dos brasileiros investem na bolsa, contra mais de 50% nos Estados Unidos.
Por fim, temos uma grande quantidade de empresas estatais listadas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, existem 30 empresas estatais listadas na B3. No total, temos cerca de 400 companhias listadas; portanto, 7,5% da composição da bolsa brasileira é feita por companhias estatais. Essas empresas são as mais impactadas em época de eleições, pois são diretamente ligadas ao governo.
Além disso, estatais como Petrobras e Banco do Brasil possuem grande peso nas negociações da bolsa. Isso faz com o que índice seja mais suscetível as volatilidades delas.
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Muita burocracia e pouca liberdade
O Brasil também é um país onde existe pouca liberdade econômica e muito burocracia para empreender. Isso faz o nosso mercado ser extremamente limitado – se você já tentou abrir uma conta em um banco ou empreender, conhece bem nossa burocracia.
E, não menos importante, temos um histórico de governos autoritários e que não costumam respeitar liberdades individuais, sociais ou econômicas. Nossa democracia mal completou 35 anos e já temos que lidar com novos temores autoritários. Isso, sem dúvidas, mina a confiança do investidor em aplicar seu dinheiro em ativos mais arriscados.
Em países com histórico de tiranias, autoritarismo ou desrespeito a certas liberdades, o mercado financeiro sofre. E para isso trago dois exemplos: Rússia e Venezuela.
A Revolução Russa e sua destruição de capital
Vou começar esse tópico com uma imagem forte: o mercado de capitais na Rússia até a revolução comunista de 1917. (Fonte: Zero Hedge.)
Em 1916, ano da revolução, a bolsa de valores russa – que já vinha em queda – fechou por causa da 1ª Guerra Mundial. Após a saída do país do conflito, a bolsa reabriu por um breve período, mas fechou após a revolução. Ela só reabriu após o fim da União Soviética, nos anos 1990.
Quem investiu em ações russas naquele período de turbulência política e social, perdeu todas as suas economias.
Venezuela: da riqueza ao caos geral
Mas a Rússia é um exemplo muito distante. Dificilmente algo como o que aconteceu lá aconteceria no Brasil.
Bem, então voltemos a um tempo presente e a um país mais próximo de nós: a Venezuela a partir de 2014.
O gráfico abaixo mostra a “evolução” do IBVC, o índice da Bolsa de Valores de Caracas. (Fonte: Bloomberg)
De 2014 até 2017, a bolsa do país praticamente não se moveu. Embora, ao contrário da Rússia, a Venezuela não tenha fechado sua bolsa, o governo do país fez um verdadeiro descalabro. Com a crise econômica, a imprudente impressão de dinheiro e as desapropriações de empresas feitas pelo presidente Nicolás Maduro, os investidores fugiram.
Hoje, a Venezuela lida com uma enorme crise de refugiados e uma inflação que beira os 1.000.000% ao ano. Assim como na Rússia, quem investiu em ações no país viu seu capital ser destruído pela crise.
Como fugir do estado?
A grande maioria dos investimentos atuais (fundos, ações, títulos e outros) possuem detentores que ficam de olho em cada eleição. Afinal, mesmo uma ameaça de gravidade menor (como taxar dividendos pagos por empresas) pode desestimular investidores e causar grandes quedas.
Mas felizmente, existe um investimento cujo sucesso não depende desse ciclo: o Bitcoin (e as criptomoedas em geral). E a resposta à pergunta do início é simples: compre Bitcoin
Criado há 10 anos como uma resposta para a crise de 2008, o Bitcoin é um ativo que não depende de nenhum governo. Ele não precisa ser armazenado em bancos ou em nenhuma instituição que dependa da chancela do estado. Ele não é emitido por nenhum banco central (cuja política econômica geralmente depende de quem o presidente nomeará para comandá-lo).
Ao contrário de ações, ele não gera lucros nem distribui dividendos. Ele não é um ativo que visa gerar renda, e o único ganho financeiro que você á terá com a valorização do ativo. No entanto, ele fornece algo muito mais valioso: a possibilidade de fugir de um governo tirano sem deixar para trás o trabalho de sua vida inteira.
Riqueza e proteção
O Bitcoin permite sair de um país menos livre para outro mais livre carregando milhões sem precisar pagar qualquer imposto ou taxa ao governo. Ele permite, acima de tudo, que você saia e se torne um refugiado sem levar apenas a roupa do corpo – você pode levar a sua riqueza inteira no bolso da roupa.
Muitas pessoas acham que investir em Bitcoin e no mercado financeiro tradicional são coisas que se anulam. Eu vejo o contrário. Investir em ações é a forma que você tem para enriquecer; investir em Bitcoin é a proteção que você tem de que não ficará pobre mesmo se o seu país vier a falência.
Portanto, liberte seus investimentos – ou pelo menos parte deles – das mãos do estado. Estude sobre Bitcoin e compre uma pequena parte. Afinal, em um cenário de dois extremos prestes a assumir o poder, a única terceira via possível é ter uma proteção de fuga.