Em 2019, o estado soberano de Liberland continua a obter conquistas rumo ao seu reconhecimento. Dessa vez, partiu de ninguém menos que a Comissão Europeia, órgão executivo da União Europeia (UE).
Em 31 de janeiro, a micronação que reivindica a parcela de terra entre a Croácia e a Sérvia foi reconhecida por Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia. Além de Juncker, os principais líderes do bloco, bem como os membros do Parlamento Europeu, reconheceram a soberania do pequeno país.
O território de sete quilômetros quadrados nas margens do rio Danúbio, próximo da divisa entre a Sérvia e a Croácia, foi reivindicado em 2015 por um grupo de indivíduos que acreditam em ideologias libertárias: o resultado foi a criação da República Livre de Liberland.
O presidente de Liberland Vít Jedlička e os cidadãos do pequeno país afirmam que nenhuma das duas nações fronteiriças reivindica a terra como sua. Desde então, o grupo tem lutado para ser reconhecido pelo restante dos líderes mundiais seguindo o protocolo de terra nullius. Em junho do ano passado, Liberland apresentou seu caso aos membros do Parlamento da UE, a fim de ser reconhecido como um Estado-nação soberano.
Entretanto, Juncker afirmou que Liberland, também conhecido como Gornja Siga, “necessita fornecer mais esclarecimentos” a respeito de seu pedido. No entanto, o presidente do país comemorou a decisão e destacou a importância dela para o processo de independência e soberania do país.
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“Este é um passo extremamente importante e representa um progresso real para nós”, explicou. “Estamos um passo mais perto de saber que, mesmo não sendo um território da UE, podemos nos tornar um Estado soberano independente.”
Criptomoedas e liberdade
Além de sua mentalidade libertária, Liberland também ficou conhecida pela sua adoção às criptomoedas e à blockchain. O país está envolvido com a disseminação de novas tecnologias descentralizadas e inovadoras, seguindo o espírito de liberdade de sua fundação.
O site oficial da República Livre de Liberland afirma que em um mundo cheio de excesso de taxação e excesso de regulamentação, os cidadãos do país acreditam em apoiar tecnologias voltadas para o futuro, como criptomoedas e sistemas incorporados de DAO (Organização Autônoma Descentralizada).
Além disso, o país já emite a sua própria criptomoeda, o Liberland Merit (Mérito de Liberland, em tradução livre). A criptomoeda pode ser utilizada para adquirir a cidadania ou para fazer doações ao futuro país através do site oficial.
Até agora, a região tem atraído a atenção de diversos adeptos da ideologia libertária: mais de 550.000 candidatos a cidadãos de Liberland já fizeram o pedido de cidadania.
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