O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) solicitou a apreensão de dois jatos de luxo que pertencem a Sam Bankman-Fried (SBF), ex-CEO da FTX. Um dos jatos é de fabricação da brasileira Embraer, do modelo Legacy, avaliado em mais de R$ 60 milhões.
De acordo com o DOJ, o objetivo do pedido é confiscar ao máximo os bens em nome de SBF. Os procuradores dos EUA tentam recuperar esses bens para conseguir recursos e reembolsar os clientes da FTX. Enquanto isso, o julgamento de SBF começou de fato na quarta-feira (4).
Confisco de bens de SBF
Em um documento apresentado na quarta-feira (4), um projeto de lei de confisco emitido pelo DOJ listou duas aeronaves pertencentes a SBF. Além do Legacy da Embraer, o DOJ também pede o confisco de uma aeronave Global, da fabricante canadense Bombardier.
Na verdade, o DOJ elaborou uma lista de bens pertencentes a SBF passíveis de confisco. As aeronaves são as principais aquisições de luxo entre a lista apresentada.
O julgamento de SBF começou nesta semana em Nova York. Perante o tribunal, o réu responde por acusações de fraude e conspiração relacionadas ao colapso da FTX. SBF se declarou inocente e a sua defesa culpou Caroline Ellison, CEO da Alameda Research, pelo colapso da empresa.
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Dados de rastreadores de aviões mostram ambos os jatos listados como tendo proprietários “privados”. Ou seja, não estão diretamente ligadas a SBF, mas pertencem de fato a ele. SBF adquiriu os dois aviões por meio da empresa Island Air Capital (IAC).
As duas aeronaves são objeto de uma disputa de propriedade entre o DOJ e a FTX, de acordo com um pedido judicial de 21 de setembro apresentado como parte do processo de falência da exchange.
“O governo assumiu a posição de que ambas as aeronaves estão sujeitas a confisco como propriedade adquirida com recursos de fraude”, afirma o DOJ. Por outro lado, a FTX reivindica a propriedade com base no fato de que SBF fez supostos empréstimos com a FTX para comprar as aeronaves.
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A conta dos reparos
A despeito da disputa entre DOJ e FTX, os aviões seguem parados nos hangares da IAC durante meses. Nesse sentido, a empresa quer saber quem pagará a conta dos reparos e inspeções em andamento enquanto a disputa for resolvida. Além disso, a empresa revelou que, na prática, ninguém associado à FTX jamais voou em nenhum dos aviões.
De acordo com a IAC, os aviões ainda estavam sendo atualizados quando a empresa entrou com pedido de falência. Portanto, tudo indica que a compra foi um dos últimos atos de SBF antes do colapso da FTX.
O jato Legacy da Embraer foi originalmente comprado pela IAC por US$ 12,5 milhões, e o da Bombardier por US$ 15,9 milhões, usando “financiamento fornecido pela FTX”, disse o documento. A empresa cita um empréstimo sem garantia e sem juros acordado em um “acordo de aperto de mão” entre SBF e Paulo Aranha, proprietário da IAC.
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