A Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) teve cerca de R$ 1 milhão bloqueados de suas contas após decisão judicial referentes a processos movidos por três clientes da GAS Consultoria Bitcoin.
A empresa – pertencente a Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins” – é apontada como um esquema de pirâmide financeira que teria movimentado bilhões de reais.
Glaidson foi preso em agosto do ano passado acusado de liderar o golpe que deixou centenas de lesados. Posteriormente, ele foi indiciado por crime contra o sistema financeiro nacional, lavagem de dinheiro e gestão temerária ou fraudulenta.
De acordo com as investigações, a empresa do ex-garçom doou R$ 72,3 milhões à Iurd, onde Glaidson foi pastor, entre maio de 2020 e julho de 2021.
Investidores processam Universal por doações da GAS
Conforme noticiado pelo O GLOBO, o processo tramita na 11ª Vara Cível de Brasília, onde moram os três clientes lesados.
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Um deles teria aportado R$ 200 mil na GAS, o outro R$ 20 mil e a terceira vítima R$ 120 mil, totalizando R$ 340 mil.
Além de pedir a devolução do total aportado (R$ 240), as vítimas também exigiram R$ 150 mil por danos morais e R$ 98 mil de honorários advocatícios.
Na ação, o advogado das vítimas alegou que a Iurd recebeu dinheiro da GAS oriundo de movimentações criminosas.
Então, o juiz Ernane Fidelis Filho decidiu exigir o bloqueio de mais de R$ 1 milhão nas contas da Universal. A Universal recorreu da decisão, justificando que ela “vem causando inúmeros prejuízos”.
Detalhes do processo
O advogado Luciano Régis incluiu a Iurd na petição inicial. Ele observou que, apesar de não ser possível fazer afirmações sobre um eventual envolvimento da igreja com a quadrilha, a ré “foi beneficiária dos recursos provenientes de possíveis ilícitos”.
Na época que a informação das doações veio à tona, a Universal reconheceu que recebeu doações de Glaidson. No entanto, informou que teria iniciado um processo para que o ex-pastor explicasse a origem do dinheiro.
“Não é aceitável que perante o público a Igreja Universal do Reino de Deus, por meio dos seus canais de comunicação, afirme que as atividades da GAS são ilícitas e que enganavam as pessoas, mas que no Judiciário ela trave uma briga para ficar com os R$ 72 milhões que pertencem aos investidores da GAS. É preciso ter coerência entre o discurso e as atitudes. Por que não depositam esse valor em juízo, por exemplo?”, disse ao GLOBO o advogado Luciano Régis.
Pedido de reconsideração da Universal
Na última terça-feira (8), a Universal protocolou um “pedido de reconsideração” do caso. A defesa da Igreja ressalta que “jamais participou da relação jurídica contratual” entre os autores da ação e a GAS.
Além disso, diz que desde que verificou expressivo aumento no volume de doações, questionou Glaidson sobre a origem dos recursos.
Ele teria respondido que passava por “fase de grande prosperidade econômica”, a partir de atividades nas áreas de tecnologia.
A Universal acrescentou que só será possível verificar a licitude dos recursos através do processo movido pela Igreja contra Glaidson.
Por fim, a Igreja afirmou que vem tomando as medidas cabíveis e que não tem relação com os atos praticados por Glaidson. Ainda, solicitou que, caso o arresto não seja revertido, que seja reduzido aos R$ 340 mil correspondes ao total investido.
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