O JPMorgan Chase vai aceitar Bitcoin como garantia para empréstimos, conforme revelou a Bloomberg nesta quarta-feira (4). A decisão marca uma virada histórica na postura do maior banco dos EUA em relação às criptomoedas.
De acordo com a Bloomberg, o programa começará nas próximas semanas, com foco inicial no iShares Bitcoin Trust (IBIT), ETF da BlackRock. Além disso, com o tempo, outros ETFs à vista de Bitcoin devem ser incluídos. A nova política vale para as áreas de gestão de patrimônio e trading. Isso representa um avanço concreto na integração do mercado cripto ao sistema financeiro tradicional.
O banco já havia aceitado ETFs de cripto como garantia em casos pontuais, mas agora criará um modelo padronizado, tratando esses ativos como ações ou imóveis ao calcular o patrimônio líquido de seus clientes. Dessa forma, isso significa maior poder de alavancagem e crédito para quem possui Bitcoin por meio de ETFs.
JPMorgan e Bitcoin: de crítico a pragmático
O anúncio ocorre logo após Dimon afirmar, em entrevista à Fox Business, que apoia a desregulamentação financeira e que o sistema atual corre risco de crise semelhante à da pandemia. Apesar de ainda criticar o Bitcoin abertamente, ele reconhece o direito das pessoas de usarem criptomoedas, o que reforça o tom mais pragmático da nova política do banco.
Mesmo promovendo a JPM Coin, moeda digital própria, o banco dá sinais claros de que o Bitcoin entrou para o portfólio de ativos legítimos em Wall Street. Isso aumenta a legitimidade dos ETFs e reforça sua função como ponte entre o universo financeiro tradicional e os criptoativos.
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O IBIT da BlackRock, foco inicial do novo programa do JP Morgan, já representa mais da metade do total de Bitcoins detidos por ETFs nos EUA, que somam mais de 1,2 milhão de unidades. Na terça-feira (3), os ETFs registraram entradas de US$ 375 milhões, revertendo três dias seguidos de saídas.
Com a aceitação de ETFs como garantia, investidores institucionais podem buscar mais exposição ao Bitcoin sem liquidar posições. Isso estimula a demanda e sustenta os preços do ativo em patamares elevados, como os atuais US$ 105.500.
Expansão global e impacto no sistema financeiro
A iniciativa também terá alcance internacional, segundo fontes ligadas ao banco. A operação do JP Morgan em mais de 100 países permitirá que clientes, desde pequenos investidores até bilionários, usem Bitcoin como alavanca para crédito pessoal e corporativo.
Além disso, o banco vai passar a contabilizar investimentos em criptoativos no cálculo de patrimônio em algumas situações. Na prática, isso amplia a funcionalidade do Bitcoin e o insere no mesmo nível de outros ativos considerados “seguros” pelos grandes bancos.