O ano de 2022 parece que será o ano da solução de grandes mistérios. Após a prisão dos hackers que roubaram a Bitfinex, outro ataque de 2016 estão próximo de ser solucionado. Trata-se do caso The DAO que, de acordo com a jornalista Laura Shin, já possui um responsável definido.
A identidade do suposto hacker teria sido descoberta pela própria Shin e também pela Chainalysis. Por meio do seu Twitter, a jornalista publicou um texto na Forbes onde expõe suas provas. E conforme revela a matéria, o hacker seria Toby Hoenisch, ex-CEO da carteira de criptomoedas TenX.
Hoenisch, por outro lado, nega veementemente as acusações. Em resposta ao artigo da Forbes, o ex-CEO afirmou que a conclusão do artigo é “factualmente imprecisa”.
Evidências expostas em livro
De acordo com Shin, as análises começaram enquanto ela trabalhava na produção de seu novo livro. A obra, chamada The Cryptopians: Idealism, Greed, Lies, and the Making of the First Big Cryptocurrency Craze, foi lançada nesta terça-feira (22). Com o lançamento, a jornalista pode enfim revelar os detalhes.
Nesse sentido, Shin sustenta suas alegações em dados de transações na blockchain, que foram produzidos pela Chainalysis. Segundo os dados, o hacker do The DAO enviou 50 Bitcoin (BTC) para uma carteira da Wasabi e utilizou um mixer para tentar ocultar o histórico de transações.
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Contudo, a empresa afirma que conseguiu seguir os fundos mesmo assim, dizendo que eles foram enviados para quatro exchanges. Sob condição de anonimato, um funcionário de uma das exchanges disse a Shin que os fundos foram trocados por GRIN, uma moeda com foco em privacidade.
Em seguida, o dinheiro foi enviado para um nó da mesma criptomoeda chamado Grin.toby.AI. O mesmo endereço IP também hospedou dois nós da Lightning Network: ln.toby.ai e lnd.ln.toby.ai. Como é possível notar, os dois nós recebem o nome de Hoenisch.
Além disso, um quarto nó operando neste endereço IP recebeu o nome de TenX, alimentando mais as suspeitas. Shin afirma que o ex-executivo tinha conhecimento do código do The DAO, bem como das suas fraquezas, e chegou até a alertar o criador da DAO sobre elas.
Por fim, Hoenisch, que é natural da Áustria, também é fluente em inglês. Seu estilo de escrita teria combinado com um e-mail de suporte enviado pelo hacker da The DAO logo antes do ataque.
Resposta de Hoenisch e o ataque
Em seu artigo, Shin afirmou que não conseguiu entrar em contato com Hoenisch durante a pesquisa para o livro. Mas após a publicação do artigo, Hoenisch enviou uma resposta à Forbes onde nega todas as acusações.
De acordo com ele, “sua declaração (de Laura Shin) e conclusão é factualmente imprecisa”. Esta foi a única declaração do executivo sobre a matéria até este momento.
O caso The DAO foi uma das primeiras tentativas de ataque ao Ethereum (ETH), quando a rede tinha menos de um ano de fundação. A plataforma foi criada para agir como uma plataforma descentralizada para a criação de projetos diversos. Esta organização seria autônoma, com regras estabelecidas, na qual os detentores de token votariam quais projetos deveriam ser financiados, e em qual valor.
A venda inicial foi aberta em 30 de abril de 2016 e arrecadou US$ 9 milhões nos primeiros dois dias. No entanto, um hacker encontrou uma falha na DAO em 17 de junho de 2016, o que lhe permitiu roubar parte de seus fundos. NO total foram roubados cerca de US$ 150 milhões, ou R$ 763 milhões em valores atuais.
Uma equipe de hackers éticos (white hackers) se mobilizou para parar o ataque e conseguiu congelar os fundos por um curto período de tempo. Durante o ataque, o Ethereum foi dividido através de um hard fork para resolver o problema. Assim surgiram o Ethereum Classic (ETC, a cadeia original) e o que agora se conhece como Ethereum (ETH).
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