O setor bancário nacional tem feito inúmeros progressos com a tecnologia blockchain e o mais recente deles envolve duas grandes instituições bancárias. De um lado, o banco nacional Itaú Unibanco e, do outro, o grupo inglês Standard Chartered que juntos anunciaram, no dia 03 de dezembro, a primeira transação de empréstimo sindicalizado usando a tecnologia blockchain. No total, o banco Itaú realizou uma captação de recursos no valor de US$100 milhões, sendo que metade deste valor foi disponibilizado pelos ingleses do Chartered e a outra parte pelos norte-americanos da Wells Fargo. Segundo os bancos, essa foi a primeira prova de conceito para esse tipo de transação na América Latina.
“A escolha por esse tipo de transação para testar a tecnologia foi feita porque ela é a mais complexa, que exige muita troca de informações e documentos, levando em conta a regulamentação de vários países (…) Queremos usar [este processo com blockchain] em larga escala”, disse ao jornal Valor Econômico Germana Cruz, chefe de instituições financeiras para a América Latina do Standard Chartered.
Utilizando a plataforma Corda, do consórcio R3 (formado por grandes bancos), a operação vinha sendo negociada já há seis meses e envolveu cerca de 12 funcionários das instituições, no entanto, como tratou-se de uma prova de conceito, todos os procedimento também foram feito dos modos tradicionais (e portanto sem blockchain), mas, para Ricardo Nuno, diretor de Tesouraria Banking do Itaú Unibanco, os ganhos do uso da blockchain estão na eficiência da troca de informações.
“Entre todas as tecnologias que sugiram nos últimos anos, a blockchain é a que faz mais sentido realmente para os bancos, porque demoramos muito tempo trocando documentos e e-mails”, diz Nuno. “Para ter uma ideia, a operação de empréstimo sindicalizado com os três bancos envolveu a troca de 2.000 e-mails entre as partes”, destacou.
Assim como outros bancos no Brasil, como Bradesco e Santander, o Itaú vem estudando o potencial de aplicação da tecnologia blockchain já há um tempo. No início deste ano, o banco lançou o “Blockchain Collateral”, no processo de “chamada de margem” (solicitação e aporte de garantias de derivativos de balcão). Nessas operações, os bancos negociam o recebimento de garantias para mitigar flutuações do mercado em risco de crédito. Segundo o Valor, a blockchain ajuda neste processo, porque o valor da garantia é recalculado e confirmado pelas partes periodicamente.
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