Enquanto o Bitcoin, mesmo tendo sido inserido nos maiores mercados de comercialização do mundo, como a CME e a CBOE, ambas em Chicago, ainda tem seus “céticos” como governos, bancos e outros agentes que, todos os dias, denominam a criptomoeda como Bolha, Fraude, Piramide e outros adjetivos, é quase que unanime no entanto que a tecnologia por trás da moeda, a Blockchain, chegou para ficar, não só os mesmos governos e agentes públicos que criticam o BTC mas defendem a cadeia de blocos, mas cada vez mais empresas veem nos DLTs uma forma mais segura e eficiente para suas operações.
Trilhando por este caminho, a ISO (Organização Internacional de Normalização uma entidade que congrega os institutos de padronização/normalização de 246 países), esta lançando estudos para definir os padrões para a tecnologia dos blocos. O estudo mais avançado na área é o ISO/AWI 22739, Blockchain and distributed ledger technologies – Terminology and concepts, no entanto já há mais outros três projetos, em estado de proposta, dentro da instituição: ISO/NP TR 23244, Blockchain and distributed ledger technologies – Overview of privacy and personally identifiable information (PII) protection; ISO/NP TR 23245, Blockchain and distributed ledger technologies – Security risks and vulnerabilities; ISO/NP TR 23246, Blockchain and distributed ledger technologies – Overview of identity.
“As tecnologias Blockchain são um meio de alcançar confiança e segurança ao fazer trocas, sem a necessidade de supervisão de terceiros confiáveis, e podem ser elementos de construção efetivos para outras iniciativas, como a prevenção contra a corrupção e a fraude. A futura padronização nesta área pode levar o desenvolvimento dessas tecnologias ao próximo passo, fornecendo formas de trabalho internacionalmente acordadas, estimulando uma maior interoperabilidade, aceitação mais rápida e inovação aprimorada em seu uso e aplicação”, afirmou Craig Dunn, presidente do ISO / TC 307.
A proposta inicial de regulamentação foi feita a ISO em abril deste ano pela Standards Australia (membro australiano do comitê da ISO), na ocasião a Standards apresentou sua proposta e um documento de quatro páginas, Blockchain & Electronic Distributed Ledger Technologies. O relatório afirma que os padrões internacionais propostos para blockchain incidirão em soluções técnicas que promovam a interoperabilidade e compatibilidade entre sistemas existentes, “Isso permitirá que a tecnologia seja amplamente utilizada e implantada“, afirma o documento. Segundo a ISO, as áreas prioritárias para a padronização serão consideradas pelos grupos de estudo à medida que os relatórios são desenvolvidos e nos quais os futuros padrões serão acordados.
A relação ISO Bitcoin/Blockchain porém é anterior ao atual movimento de padronização, já no final de 2014, quanto o Bitcoin nem sonhava em ser o “queridinho” dos futuros o diretor executivo da fundação Bitcoin na época, Jon Matonis, propôs mudanças na ISO 4217 (que padroniza os símbolos das moedas), na época, Matonis, propôs adicionar o BTC como símbolo padrão na entidade para designar o Bitcoin (a ISO utiliza o símbolo XBT), no entanto a prerrogativa foi negada. Segundo a ISO, o padrão de moeda ISO designa símbolos de moeda, os liga a países e seus códigos e faz referência às unidades menores da moeda em tabelas separadas, assim “BTC” não pode ser usado como código de moeda ISO para o bitcoin porque as letras iniciais “BT” são reservadas sob o sistema ISO para o país do Butão. Isso deixou, para a entidade XBT como a melhor opção possível dado que a letra inicial X significa que é uma “exceção”, ou seja um ativo não emitido nacionalmente, como ouro, que possui o código de moeda “XAU”.
Brasil
O Brasil também esta participando ativamente nas discussões da entidade multilateral, afinal a tecnologia Blockchain mantém a imensa promessa de revolucionar as transações financeiras – e com isso, melhorar toda uma série de coisas, desde a inclusão financeira até a eficiência no governo, na saúde e em todas as áreas de negócios. Integrante da ISO, o país integra a comissão por meio da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que tem como representante no tema Yoshimiti Matsusaki, CEO da Finnet e já realizou dois encontros para instalar a Comissão de Estudos Especial de Blockchain e Tecnologias de Registros Distribuídas (ABNT/CEE-307) e aconteceram em São Paulo e no Rio de Janeiro.
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