A polícia brasileira solicitou a ajuda das autoridades das Bahamas para investigar transações suspeitas envolvendo o Deltec Bank & Trust, novo parceiro bancário da controversa stablecoin Tether (USDT), que foi anunciado há menos de uma semana. O banco está sendo acusado de cooperar com atividades de lavagem de dinheiro.
De acordo com uma reportagem do jornal O Globo, o Ministério Público Federal em São Paulo está na trilha de Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da empresa de infraestrutura rodoviária de São Paulo, a Dersa. Conhecido como Paulo Preto, o ex-executivo é acusado de suborno no caso de corrupção da empreiteira brasileira Odebrecht, caracterizado pelo governo dos Estados Unidos como “o maior caso de suborno estrangeiro da história”.
Conforme explicado pelo O Globo, o chefe da Dersa teria transferido um total de 25 milhões de francos suíços (aproximadamente US$25 milhões) para as contas da empresa offshore Panamá Nantes Group, que aparentemente eram operadas por um banco privado suíço, o Bordier & Cie. O próprio Paulo Preto apareceu como beneficiário dessas contas.
No entanto, segundo o relatório, os promotores suspeitam que o Nantes Group não seja o destino final da quantia lavada. Em fevereiro de 2017, o montante teria sido transferido novamente para contas no Deltec Bank & Trust, com sede na capital das Bahamas, Nassau – o mesmo banco que recentemente se associou à Tether Limited, empresa que emite a stablecoin apoiada pelo USD, a USDT.
De acordo com O Globo, os promotores brasileiros estão aguardando uma resposta dos oficiais das Bahamas para saber se a quantia mencionada chegou ao Deltec Bank & Trust. O jornal também observa que o Brasil colaborou com sucesso com as Bahamas em casos de lavagem de dinheiro no passado, o que pode facilitar a nova colaboração.
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Depois de um período de turbulência que abalou a já frágil credibilidade do Tether (USDT), a empresa anunciou a nova parceria com o Deltec Bank & Trust, com sede nas Bahamas. Recentemente, devido à uma “crise” envolvendo a quebra no lastro do ativo, que chegou a ser negociado por US$0,92 (sendo que ele é supostamente fixado em US$1), cerca de 500 milhões de unidades de USDT foram destruídos e, portanto, retirados de circulação.
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