Pelo menos mil investidores lesados pela GAS Consultoria Bitcoin, a suposta pirâmide financeira de Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó dos Bitcoins”, se filiaram a uma associação para tentar reaver o dinheiro investido.
Conforme noticiou o Jornal O GLOBO, a prisão de Glaidson completou três meses e, agora, os clientes querem encontrar formas de recuperar seus investimentos.
Para isso, se juntaram à Associação Nacional de Clientes de Empresas de Terceirização de Cripto (ANCCripto). Com a filiação, eles esperam abrir um canal de negociação com as autoridades responsáveis pelo caso visando seu ressarcimento.
Negociação em vez de ação judicial
O advogado contratado pelo grupo foi o alagoano Paulo Nicholas. Ele defendeu as vítimas do bairro Pinheiro, em Alagoas, que começou a afundar devido às atividades de mineração.
De acordo com o advogado, no caso da GAS, ele espera que as indenizações sejam pagas sem necessidade de acionar a justiça:
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“Não queremos entrar na discussão se Glaidson operava ilegalmente ou não. Nosso empenho será pelos clientes, que estão sendo lesados até hoje. Uma ação judicial pode levar anos. O melhor caminho é a interlocução com as autoridades.”
Sobre a GAS Consultoria Bitcoin
A GAS Consultoria Bitcoin é uma empresa com sede em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, que prometia altos rendimentos com supostas aplicações em Bitcoin.
Contudo, segundo as autoridades, o negócio pode ser enquadrado em um esquema de pirâmide financeira. De 2015 até hoje, a GAS teria movimentado R$ 38 bilhões em operações financeiras, envolvendo mais de 67 mil clientes.
Quando Glaidson foi preso, durante a Operação Krypto, muitos investidores pediram sua libertação em manifestações em Cabo Frio e no Rio. Eles justificaram que a empresa sempre honrou com os pagamentos prometidos.
Entretanto, após bloqueios judiciais, a empresa anunciou a paralisação dos pagamentos. Dessa forma, muitos investidores que se manifestaram contra a prisão de Glaidson integram o grupo que se filiou à ANCCripto.
Clientes do Faraó dos Bitcoin querem dinheiro de volta
Uma das prioridades do grupo é agendar uma audiência com representantes do Ministério Público Federal (MPF)
“O acordo busca o desbloqueio junto ao MPF, que é quem supervisionaria a devolução do capital aos clientes. A legitimidade do bloqueio de pedido das contas se fundamenta na proteção do interesse dos clientes. Todavia, se a grande massa de clientes de une em uma associação e solicita o desbloqueio, o pedido de bloqueio perde a legitimidade”, explicou ao GLOBO Thiago Santos, filiado à ANCCripto.
Ainda segundo Santos, uma ação judicial para um caso como este poderia demorar cinco anos para ser concluída. Enquanto isso, um acordo levaria meses, porque o caso se tornou um problema social no Estado do Rio.
Quem também apoia o movimento de negociação é o presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Santa Cruz. Ele já pediu audiências com o ministro da Justiça, Anderson Torres; com o procurador-geral da República, Augusto Aras; e com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para discutir o assunto.
“Nesse momento, o mais urgente é socorrer os investidores, protegendo milhares de famílias e, em especial, uma região inteira do nosso estado que está perto do colapso. Estamos cobrando medidas concretas das autoridades competentes. Compreendo que é uma situação nova, mas exige celeridade na sua solução pelo tamanho do impacto social — declarou Santa Cruz.”
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