Após 18 meses de alta, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) registrou queda de 0,64% em setembro. O resultado superou as estimativas do mercado, que apontavam queda de 0,42%.
Embora o resultado seja positivo, o IGP-M ainda acumula alta de 24,86% nos últimos 12 meses. O número é quase 150% maior do que a inflação oficial do país, medida pelo IPCA.
Minério de ferro contribui para queda
Grande parte da queda do IGP-M foi causada principalmente pela queda no preço do minério de ferro, que recuou 21,74% em setembro. Sem este resultado, o IGP-M teria registrado alta de 1,21%, quase o dobro da alta registrada em agosto.
“Sem o minério de ferro, o IGP-M teria registrado alta de 2,37% em agosto e de 1,21% em setembro”, explica André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
Além do minério de ferro, outros itens contribuíram para a queda do índice de preços. Os movimentos mais relevantes foram os preços do milho em grão (-3,18%), soja em grão (0,21%) e bovinos (-1,55%).
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Em contrapartida, outros produtos ficaram mais caros em setembro. As maiores altas foram registradas na cana-de-açúcar (1,43%), cacau (8,75%) e laranja (9,08%).
Entenda o IGP-M
O IGP-M é conhecido como “inflação do aluguel” devido ao fato de ser o índice utilizado para o reajuste de aluguéis residenciais. Ele acompanha os preços ao consumidor junto com produtos primários, matérias-primas e dos insumos da construção civil.
O índice é calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com a FGV, o índice é calculado com base na média entre três outros indicadores:
• 60% Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
• 30% Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
• 10% Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Enquanto o IPCA é um índice que abrange mais produtos, o IGP-M tem como foco a construção civil. Conforme destacado, o índice serve como base para os preços dos aluguéis. Mas o IGP-M também é utilizado para cálculo do preço de materiais de construção, mão-de-obra, entre outros.
Durante a pandemia de Covid-19, o IGP-M foi um dos índices que mais cresceu, chegando a níveis próximos de 40% em 12 meses. O aumento foi sentido especialmente por quem precisou reajustar aluguéis ou reformar a casa, visto que os custos desses serviços dispararam desde 2020.
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