O alívio no cenário externo voltou a beneficiar o índice Ibovespa (IBOV). Até às 15h desta quarta-feira (22), a bolsa brasileira operava em alta de 2,13%, aos 112.682 pontos. Usiminas (USIM5), Azul (AZU4) e Gerdau (GOAU4) lideram as altas com 8,65%, 8,07% e 7,42% de valorização, respectivamente.
Contribuiu para a movimentação positiva a melhoria do cenário externo, sobretudo do risco da chinesa Evergrande. A companhia anunciou que irá pagar os juros de parte da sua dívida que irão se vencer na quinta-feira (23), o que reduziu as preocupações de uma possível falência da empresa.
Ao mesmo tempo, o O Banco Popular da China (PBoC) injetou 120 bilhões de yuans (US$ 18,6 bilhões) no sistema bancário do país. A intervenção animou os mercados, que agora esperam maiores auxílios vindos de Pequim.
Evergrande honrará compromissos
De acordo com uma das unidades da Evergrande, os juros da dívida que vencem na quinta-feira serão integralmente pagos. Com isso, a empresa afasta, pelo menos temporariamente, o risco de calote em sua enorme dívida.
A unidade em questão é a Hengda Real Estate e o pagamento efetuado será de 232 milhões de renminbis (US$ 35,9 milhões) em juros. A soma corresponde a 12% da dívida total da Evergrande, que está na casa de US$ 305 bilhões. Segundo Xu Jiayin, presidente da Evergrande, os imóveis que já foram contratados também serão entregues.
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Nesse sentido, é possível que a empresa não tenha mais que destruir dezenas de imóveis, como ocorreu na semana passada. O objetivo do governo chinês é garantir que todo cidadão que adquiriu imóveis com a Evergrande receba as propriedades.
O anúncio serviu para conter a forte sangria nas ações, que encerraram o pregão em queda de “apenas” 0,44%. No ano, os papéis da Evergrande acumulam perdas de 84% e registraram desvalorização média de 2% ao dia na última semana.
Governo chinês lança pacote de auxílio aos bancos
Por fim, o governo chinês anunciou um pacote bilionário de 120 bilhões de yuans (US$ 18,6 bilhões). O pacote é voltado para o setor bancário e tem como objetivo evitar que os bancos fiquem sem capital.
Como muitos bancos possuem títulos de dívida da Evergrande, uma falência da empresa poderia afetar todo o sistema financeiro chinês. E o governo tem como objetivo principal garantir a estabilidade desse sistema.
No entanto, o governo não possui planos de evitar a falência da Evergrande. Pelo contrário: analistas chineses afirmam que o objetivo é deixar a empresa quebrar aos poucos. Assim, o governo, de forma gradativa, pretende resgatar clientes, fornecedores e prestadores de serviços, bem como transferir as obras inacabadas para outras construtoras.
Outra expectativa é de que a empresa passe a ser 100% controlada pelo estado e sofra uma reestruturação. No entanto, ainda não existe qualquer plano nesse sentido.
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