O Silicon Valley Bank (SVB) entrou em colapso no final de semana, impactando, inclusive, o mercado de criptomoedas. A falência do banco, que atendia empresas de criptoativos, fez com que sua subsidiária britânica fosse comprada pelo HSBC por apenas 1 libra. Ou seja, cerca de R$ 6,30 na cotação atual em reais.
De acordo com o CEO do HSBC Group, Noel Quinn, a compra teve como objetivo fortalecer a franquia bancária do HSBC no Reino Unido. Ainda segundo a liderança do banco, os clientes da subsidiária britânica do SVB vão continuar a fazer transações bancárias como estavam habituados a fazer. No entanto, poderão contar com os mecanismos de segurança “de uma das maiores instituições financeiras do mundo”.
“Esta aquisição faz um excelente sentido estratégico para nossos negócios no Reino Unido. Ela fortalece a nossa franquia de banco comercial e aumenta a nossa capacidade de atender empresas inovadoras e de rápido crescimento, inclusive nos setores de tecnologia e ciências da vida, no Reino Unido e internacionalmente”, afirmou Quinn.
HSBC informa sobre compra da filial do SVB
Em uma nota ao mercado sobre a aquisição publicada nesta segunda-feira (13), o HSBC informou que, no dia 10 de março de 2023, o SVB do Reino Unido tinha empréstimos de cerca de 5,5 bilhões de libras (R$ 34,6 bilhões) e depósitos de cerca de 6,7 bilhões de libras (R$ 42,2 bilhões). O HSCB calcula que o patrimônio tangível do SVB UK seja de cerca de 1,4 bilhão de libras (R$ 8,8 bilhões). O banco destacou ainda que os ativos e passivos das empresas-mãe do SVB UK são excluídos da transação.
“A transação é concluída imediatamente. A aquisição será financiada com recursos existentes”, ressaltou o HSCB.
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O HSBC disse, por fim, que atualizará os acionistas sobre a aquisição em seus resultados do primeiro trimestre de 2023 em 2 de maio de 2023.
Conforme informou o ministro das Finanças britânico, Jeremy Hunt, a operação de compra ocorreu “sem o apoio do contribuinte”.
“O HSBC é o maior banco da Europa e os clientes do SVB do Reino Unido devem se sentir confortáveis com sua solidez”, acrescentou.
Falência do Silicon Valley Bank (SVB)
Autoridades dos Estados Unidos anunciaram na última sexta-feira (10) que encerraram as operações do SVB. O banco criado em 1983 atendia empresas de tecnologia e de criptomoedas.
A Circle, emissora da stablecoin USDC, estava entre as empresas que mantinham reservas no banco, o que resultou em uma perda da paridade com o dólar e uma desvalorização da criptomoeda estável. A empresa informou que tinha reservas totais na ordem de US$ 42 bilhões, sendo US$ 33 bilhões em tesouro americano e os outros US$ 9 bilhões divididos em seis bancos parceiros. Desse total, US$ 3,3 bilhões estavam no SVB.
A USDC chegou a cair para US$ 0,87 no final de semana, como resultado disso. Mas se recuperou e está sendo negociada a US$ 0,99, segundo o CoinGecko.
De acordo com a mídia dos EUA, a falência do SVB resultou, entre outras coisas, do aumento na taxa de juros, que passou de 0,25%, em 2020, para 4,75%, em fevereiro deste ano. Além disso, com a desaceleração do setor de tecnologia, as empresas que o SVB atendia começaram a retirar dinheiro mais rápido do que o esperado.
Essa foi a segunda maior falência bancária da história dos EUA, segundo o The Wall Street Journal. O banco também é o maior a falir desde o colapso no sistema financeiro dos EUA em 2008, que gerou uma crise mundial.
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