Segundo artigo publicado pela News BTC, agência especializada no universo cripto, enquanto a China continua no caminho da regulamentação restritiva e ambígua sobre sua crescente indústria de tecnologia financeira, as empresas de tecnologia estão saindo em massa para as margens mais acolhedoras de Hong Kong e Cingapura.
Cingapura e Hong Kong estão experimentando uma explosão no número de empresas que lançaram ofertas iniciais de moedas (ICOs, na sigla em inglês) em seus territórios nos últimos meses e agradecem a China por isso. Como Pequim definiu que as ICOs são uma ferramenta ilegal para arrecadação de fundos, com medo de possíveis crimes financeiros que podem ser perpetrados usando o método, startups de dentro do país estão procurando lugares que lhes permitam crescer livremente.
Uma oferta inicial de moeda é uma maneira popular para as startups de tecnologia levantarem fundos. A venda de tokens digitais por moeda fiduciária ou por outras criptomoedas, como Bitcoin, permite que o comprador possa trocar por bens e serviços da startup ou, mais comumente, que ele invista na empresa. Esta forma de angariação de fundos tem estado sob escrutínio em países por todo o mundo, uma vez que ainda é geralmente não regulamentada e vista como uma porta de entrada para atividades relacionadas com o crime.
Quando a China reprimiu a arrecadação de fundos através de ICOs, Cingapura e Hong Kong preencheram essa lacuna. Ambas ex-colônias da China e centros financeiros estabeleceram facilmente a administração de sistemas de registro para startups que desejam lançar suas ICOs dentro de seus territórios.
“Não podemos dizer que Cingapura tornou-se um centro de ICOs ainda, já que mais trabalho precisa ser feito, mas sim, tem havido muita atividade desde setembro do ano passado”, disse Anson Zeall, presidente da Associação de Empresas de Criptomoedas e Startups de Cingapura, para a agência de notícias local South China Morning Post.
Regulação estabelecida incentiva o crescimento de ofertas iniciais de moedas
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A Funderbeam, mercado de investimentos baseado em blockchain, informou que Cingapura tornou-se o terceiro lugar mais popular para lançar uma ICO, depois dos Estados Unidos e da Suíça.
Para as empresas chinesas que buscam um refúgio regulamentar seguro, Cingapura e Hong Kong são a escolha óbvia em relação à mudança para o Japão, ou mesmo para o Taiwan, já que o idioma chinês é amplamente falado nas duas cidades e os investidores já estão lá.
Ben Yates, advogado especializado em fintechs e lei cibernética em Hong Kong, comentou sobre o aumento das consultas de ICOs que estão sendo medidas a uma taxa diária. Ele foi citado no SCMP dizendo:
“É muito provável que o aumento no número de consultas de ICOs que recebemos nos últimos meses seja, pelo menos em parte, consequência das restrições na China continental.”
Não são apenas as empresas chinesas que buscam refúgio de regulamentações em Hong Kong e Cingapura. Desde que a reforma regulatória de ICOs iniciada na Coreia do Sul, as empresas também estão saindo de Seul, capital do país. Empresas na Tailândia também podem seguir o exemplo, se o governo militar de lá prosseguir com seus pesados planos de taxação de criptomoedas.
Até hoje, nem Hong Kong nem Cingapura desenvolveram regras específicas para angariar dinheiro através das ICOs, embora o marco regulatório para levantar dinheiro usando moeda digital esteja sendo estabelecido em ambos.
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