Quase um mês após sofrer um ataque que causou um roubo de R$ 520 milhões em criptomoedas, o protocolo Harmony divulgou dois planos para ressarcir seus usuários. No entanto, nenhuma das soluções agradou a comunidade de usuários.
Uma dessas soluções despertou a maior polêmica, já que prevê a realização de um hard fork na rede Harmony. Ao mesmo tempo, os desenvolvedores propuseram emitir 4,97 bilhões de tokens nativos da rede (ONE) e distribuí-los aos membros da comunidade.
A segunda opção prevê um reembolso de 50% e mais uma emissão de 2,48 bilhões de OP, e também não agradou a comunidade. Mesmo assim, os usuários poderão escolher entre as duas propostas a partir de 1 de agosto.
Entre a cruz e a espada
Depois que o ataque ocorreu, a equipe da Harmony passou quase um mês sem dar nenhuma resposta aos usuários. Somente na terça-feira (26), a equipe apresentou duas propostas de reembolso por meio de uma publicação no fórum do projeto.
Em primeiro lugar, os desenvolvedores descartaram a ideia de um reembolso total e imediato dos fundos roubados. De acordo com a equipe, o ataque impactou bastante o caixa do protocolo, tornando impossível realizar um reembolso no curto prazo.
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Nesse sentido, as duas propostas estimam um prazo de três anos para o reembolso dos clientes lesados pelo ataque. A principal diferença entre elas é que uma propõe um reembolso total, enquanto a outra devolve apenas 50% dos fundos.
A primeira opção devolve 100% dos fundos roubados, num período de tempo de três anos. Para isso, a Harmony propõe emitir 4,97 bilhões de ONE, o token nativo da Harmony. Ou seja, uma taxa de emissão de 138 milhões de tokens por mês, o que, dado o valor atual de R$ 0,10 por ONE, corresponde a R$ 13,8 milhões.
Por outro lado, a segunda opção prevê uma emissão menor de tokens: 2,48 bilhões de ONE, também ao longo de três anos. Neste caso, a emissão mensal corresponde a o que equivale a uma emissão mensal de 69 milhões ONE, ou R$ 6,9 milhões com base no preço atual.
Em suma, os usuários do Harmony se sentiram entre a cruz e a espada ao ter que escolher entre essas duas opções. Na primeira, eles recebem o valor integral, mas provavelmente o token cairá muito de preço. Já a segunda opção tem menos “inflação” na ONE, mas conta com um reembolso apenas parcial.
Reação da comunidade
A equipe da Harmony não ficou calada diante da repercussão negativa das proposta. De acordo com a publicação, o ataque hacker causou uma grande “acumulação de empréstimos incobráveis” em vários protocolos de finanças descentralizadas (DeFi) dos quais a Harmony participa.
Os desenvolvedores culparam os traders por aproveitar a situação para emprestar ONE sem intenção de pagá-los de volta. Essa situação levou a uma grandes perda de liquidez devido ao esgotamento dos fundos dos fornecedores. Como resultado, os desenvolvedores temem que isso possa fazer vários protocolos DeFi retirarem a Harmony.
A equipe também justificou o uso da inflação para ressarcir os usuários, dizendo que pensa “no interesse da longevidade e bem-estar do projeto”. Segundo a publicação, os reembolsos não ocorrerão de uma só vez “para evitar rupturas de mercado”, como quedas no preço do ONE.
A votação entre uma pedra e um lugar difícil deve começar no dia 1º de agosto e provavelmente será uma questão quente até então.
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