Enquanto traders faliam ao sofrerem as maiores liquidações da história, hackers tentavam lucrar. Durante a sexta-feira (10), vários endereços rotulados como pertencentes a hackers venderam 8.638 Ethereum (ETH), e depois recompraram parte desses ETH. No entanto, em uma espécie de carma, a operação resultou num prejuízo de quase 20%.
Os hackers venderam aproximadamente US$ 32,5 milhões, ainda durante as liquidações. Nesse período, o preço do ETH chegou a cair para US$ 3.684. Os hackers, por sua vez, venderam em US$ 3.764. Em seguida, os mesmos endereços recompraram 7.816 Ethereum (ETH).
Só que entre as duas operações, o Ethereum se recuperou ligeiramente e os hackers tiveram que comprar ao preço de US$ 4.159. Isso significa que eles pagaram aproximadamente US$ 32,5 milhões, quase o mesmo valor da operação anterior. Mas como obtiveram menos ETH, o prejuízo estimado chegou a US$ 5,5 milhões, de acordo com a Lookonchain.
Carma ou timing equivocado
A empresa compartilhou em sua conta no X três páginas de endereços da Arkham que mostram evidências das transações. Junto com o ETH, as carteiras também movimentaram quantidades da stablecoin DAI. Grande parte das transações está no vermelho, mostrando o prejuízo que os supostos criminosos tiveram.
Empresas como PeckShield e Lookonchain sinalizam endereços que pertencem a hackers ou entidades criminosas. Alguns deles possuem associação com nomes, como no caso do grupo norte-coreano Lazarus, com o objetivo de facilitar o rastreio de atividades criminosas. Mas a Lookonchain não identificou os autores das carteiras além dos rótulos de “hackers” fornecidos pela Arkham.
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A capitulação e a perseguição se desenrolaram enquanto os ativos digitais vivenciavam um dos seus eventos de desalavancagem mais severos já registrados. Na sexta-feira passada, o valor total do mercado de criptomoedas caiu mais de 9% após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçar impor tarifas de 100% sobre a China.
No total, as liquidações chegaram a mais US$ 10 bilhões em posições liquidadas até 10 de outubro. Mas o total chegou a US$ 19 bilhões, a maior perda diária da história do mercado de alavancagem cripto. O episódio superou até mesmo o “coronacrash” de 12 de março de 2020.
Algumas estimativas colocaram as liquidações forçadas acima de US$ 19 bilhões, enquanto o fundador da Hyperliquid criticou as exchanges centralizadas por subnotificarem a extensão total da maior derrocada das criptomoedas até o momento. Mas o preço do Bitcoin não teve uma queda tão severa, perdendo menos de 10% em termos percentuais.
Só que em números absolutos, a criptomoeda caiu mais de US$ 10.000 no espaço de uma hora – a desvalorização mais veloz da história do Bitcoin.