O economista Glen Weyl tem 33 anos, o livro do ano pela The Economist e a simpatia de extremos distintos do espectro político. Se a obra “Radical Markets” é de esquerda ou de direita, nem mesmo ele sabe responder: “mercados radicais abraçam os princípios igualitários da esquerda, mas também os ideais de liberdade da direita”. A agenda que oferece é conservadora em seus meios, mas liberal em seus fins.
No entanto, Weyl vem ganhando cada vez mais adeptos no campo das criptomoedas e grandes personalidades do ecossistema cripto/blockchain como o criador da Ethereum Vitalik Buterin e o criador da ZCash (e apontado como um/o Satoshi Nakamoto) Zoooko Wilcox têm o escritor como uma espécie de guru e, no caso de Buterin, até mesmo projetos são desenvolvidos junto com Weyl.
Porém, quem acredita que o escritor é um entusiasta das criptomoedas está enganado. Em uma entrevista o jornal Valor, Weyl admite que não tem e nunca compraria Bitcoin e que a tecnologia blockchain ainda não mostrou para que veio.
“Tudo soava como um golpe. E os contratos inteligentes ignoram o fato de que não se pode colocar tudo dentro de um contrato. Acho a tecnologia blockchain muito questionável”, destaca.
Weyl relata ainda que nunca possuiu e jamais possuiria um Bitcoin sequer.
“Não só nunca tive criptomoedas, como em dezembro de 2007, quando o valor do Bitcoin estava no auge, vendi minhas ações, porque achava que o mercado acionário podia ser arrastado para baixo quando tivesse o crash das criptomoedas”, disse.
Porém, sua total descrença pelas criptomoedas não impediu o escritor de iniciar um projeto com Buterin, pois, segundo ele, seu interesse pelo tema vem mais do lado humano.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
“Adoro a comunidade, que tem feito coisas maravilhosas, com e sem a blockchain, e tem um conjunto de valores e crenças de descentralização que me são muito caros”, finaliza.
O escritor esteve recentemente no Brasil para o lançamento da versão traduzida do livro, publicada pela Cia. das Letras, e participou do MeetUp aberto no Cubo. O evento marcou também a inauguração do movimento RadicalXChange no Brasil, que nasceu a partir do livro e vem experimentando maneiras de usar tecnologia para fazer mercados funcionarem melhor em escala ao redor do mundo.
Leia também: Vitalik Buterin critica cypherpunks e diz que as criptomoedas têm que evoluir