Um grupo de sete bancos que inclui Santander, CIBC e o UniCredit anunciou um grande avanço tecnológico. Eles estão entre as primeiras instituições financeiras do planeta a movimentar dinheiro real internacionalmente usando tecnologia baseado no sistema blockchain.
O blockchain é uma base de dados com cópias idênticas distribuídas por diferentes computadores e controlado por diferentes entidades, as partes envolvidas naquelas transações, sem um órgão que sirva de autoridade central. Espécie de livro de registros virtual, a tecnologia, está por trás da moeda virtual Bitcoin.
No mês passado, os bancos anunciaram que tomaram parte em projetos de realização de pagamentos internacionais, usando ativos digitais na plataforma da Ripple, empresa de San Francisco que trabalha com compensação digital de transações.
Em lugar de executar transações por meio de contas em moeda local em bancos correspondentes de todo o planeta, os bancos convertem fundos à moeda do Ripple, conhecida como XRP, e em seguida concluem a transação quase automaticamente. Até o momento, o processo de compensação era lento —demorando de três a cinco dias, em muitos casos— e sujeito a erros.
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Os sete bancos que assinaram representam “um grande marco, talvez um ponto de inflexão”, disse Chris Larsen, presidente-executivo e cofundador da Ripple.
A tecnologia baseada em sistema blockchain capturou a imaginação do setor de serviços financeiros nos dois últimos anos, com diversas empresas buscando maneiras de utilizá-lo a fim de reduzir os custos e reformular suas operações cotidianas.
O Conselho de Fiscalização da Estabilidade Financeira, que congrega diversas autoridades regulatórias dos EUA, declarou em sua revisão anual que sistemas como o da Ripple podem reduzir o custo de transações e aumentar a eficiência da intermediação financeira.
No entanto, o conselho acrescentou que esses sistemas “apresentam certos riscos e incertezas”.
O alerta surgiu depois que a DAO, uma organização descentralizada autônoma que usa o blockchain da moeda virtual ethereum, foi atacada por hackers que roubaram cerca de US$ 60 milhões.
O grupo de bancos que usam o Ripple inclui também o suíço UBS, o alemão ReiseBank, o National Bank of Abu Dhabi e o ATB Financial, do Canadá.
Tim Wan, diretor de inovação do ATB, em Calgary, disse que seu banco havia começado a usar a plataforma para processar pequenos pagamentos em valor máximo de alguns milhares de dólares, mas que queria experimentar com compensações em maior volume, operando por “lotes” –e que pretendia usá-la para ingressar em novas áreas de negócios, tais como fornecer liquidez em larga escala aos mercados de câmbio.
No fim, o que a tecnologia tem de melhor é que ela é uma grande democratizadora – disse Wan.