O governo russo negou seu envolvimento com a criptomoeda venezuelana “El Petro“. De acordo com a publicação Tass, agência de notícias russa, Artyom Kozhin, vice-diretor do Departamento de Informação e Imprensa do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, chamou a reportagem da revista Time, de fake news e ressaltou que não há qualquer envolvimento de funcionários russos com o projeto venezuelano.
“As autoridades financeiras russas nunca participaram deste projeto. Durante a reunião realizada em 21 de fevereiro de 2018 em Moscou, o ministro da economia e finanças da Venezuela, o Sr. [Simon] Zerpa, entregou um livreto sobre o assunto criptomoedas ao ministro das finanças da Rússia, exclusivamente com o objetivo de informar os parceiros russos sobre este projeto.”
A Tass também relatou que Maduro buscou uma série de pares comerciais para o Petro, incluindo o rublo russo, a lira turca, o euro e o yuan. Os investidores poderão negociar essas moedas em breve, disse ele, embora não esteja claro onde eles poderão fazê-la. A Venezuela também não se pronunciou sobre o assunto.
No artigo da Time, refutado agora pelo governo russo, consta que oficiais da Rússia, além de empresários com conexão com o Kremlin, ajudaram o governo venezuelano a lançar o Petro. “Nos bastidores, o Petro era, de fato, uma colaboração – uma joint venture meio-escondida entre autoridades e empresários venezuelanos e russos, cujo objetivo era corroer o poder das sanções dos EUA”, diz o artigo.
“Não apoie o Petro”
A FDCSIF (Foundation for Defense of Democracies Center on Sanctions and Illicit Finance), teve um artigo publicado na Coindesk, agência de notícias especializada no universo cripto, no qual pede para a comunidade cripto como um todo não fornecer apoio ao projeto venezuelano, que, segundo eles, somente destina-se a gerar mais corrupção e em nada ajuda o povo da nação a sair da maior crise financeira da história. Atualmente, organizações internacionais apontam que 80% da população do país está abaixo da linha da pobreza.
Para a Fundação, a opacidade e confusão em torno do projeto do Petro exemplifica o clima político tumultuado e nefasto na Venezuela. Ela cita as diversas questões ainda não respondidas sobre o projeto, como as políticas de compra, os investidores e mesmo aspectos técnicos do projeto. Além disso, a FDCSIF dedica um longo trecho sobre a conexão russa, e cita a Zeus e a Aero Tranding.
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“(Zeus em) seu site diz que está desenvolvendo uma plataforma baseada em blockchain para negociar ações tradicionais, mas não tem white paper disponível no site para avaliar suas reclamações. O site da Aero Tranding não tem nada além de uma página e sua conta no Twitter, em 23 de março, tinha apenas três tuítes que foram publicados logo após o início da pré-venda do Petro. No início da pré-venda, o governo venezuelano postou uma foto em seu site mostrando Maduro se reunindo com representantes da Zeus e da Aero.”
O texto segue criticando amplamente o Petro e ressaltando que ele foi proibido nos EUA pelo presidente Trump e na própria Venezuela pela Assembléia Nacional do país, controlada pela oposição, e que inclusive já declarou que o Petro é ilegal:
“Apoiar o esforço de um projeto de criptomoeda defendido pelos mesmos criminosos que causaram a crise não proporcionará a comida e a medicina que os cidadãos venezuelanos precisam desesperadamente para sobreviver. A comunidade empresarial blockchain na América Latina deve ser a força motriz do crescimento da tecnologia na região, não uma ditadura.”