No início de janeiro, o governo da Venezuela anunciou a criação de um grande programa habitacional no país através do uso da criptomoeda estatal Petro. Agora, como relata o portal de notícias CryptoGlobe, o governo do país, assolado por uma grave crise financeira, busca meios de encorajar seus cidadãos a comprarem propriedades usando a controversa criptomoeda.
Segundo Ildemaro Villarroel, ministro de Habitação da Venezuela, já existem imóveis atualmente disponíveis no esquema da Grande Missão Habitacional do país. Para estimular sua aquisição via Petro, o governo dará desconto de 10% em todas as propriedades que forem compradas usando a criptomoeda.
Desde o seu lançamento, o Petro foi promovido principalmente pelo presidente da Venezuela, Nicolas Maduro. Ele afirmou que a criptomoeda nacional é apoiada pelas vastas reservas de petróleo do país e que a Venezuela poderá usar o ativo digital para se envolver livremente em relações comerciais com outras nações.
3 milhões de unidades habitacionais em de 2019
Segundo o governo, 15 empresas de construção locais que estão preparadas para realizar transações de imóveis via Petro. Comentando sobre o programa habitacional e imobiliário da nação, Villarroel disse que o governo estava trabalhando com empresas privadas para fornecer habitação de baixo custo e que a iniciativa também busca promover o uso da Petro para a aquisição de propriedades.
Atualmente, existem 2.508.603 propriedades residenciais que já foram construídas no programa habitacional. O objetivo do governo é chegar a 3 milhões de unidades habitacionais até o final deste ano. Introduzido em 2011 pelo ex-presidente venezuelano Hugo Chávez, o programa habitacional tem como objetivo ajudar os moradores locais que foram afetados pelas graves inundações ocorridas durante 2010-2011.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Embora o fundo habitacional esteja disponível para todos os cidadãos venezuelanos que possam ter sido deslocados ou perderam suas casas, ele é destinado principalmente a pessoas que não possuem condições de comprar propriedades devido à crise econômica do país, que resultou na maior hiperinflação do mundo em 2017 e 2018.
Resta saber se os 10% de desconto oferecidos pelo governo serão suficientes para estimular a compra de imóveis em um país onde as pessoas mal conseguem encontrar alimentos ou itens básicos. Ou mesmo se os cidadãos estarão dispostos a adquiri imóveis em um cenário onde os direitos de propriedade são consistentemente ignorados pelo próprio governo. E usando uma criptomoeda cujo valor nem mesmo o presidente do país sabe qual é.
Leia também: Presidente da Venezuela eleva o valor do Petro novamente em tentativa de criar “novo sistema”