A Polícia de São Paulo está investigando um suposto esquema de pirâmide financeira, disfarçado de empresa de investimento em Bitcoin que pode ter dado um golpe de R$ 1 bilhão.
Trata-se da FX Trading Corporation que, conforme noticiou o CriptoFácil, teve sua atuação proibida maio de 2019 pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Ao todo, são três inquéritos distintos contra a FX Trading que teria lesado milhares de pessoas no estado de São Paulo.
As vítimas
De acordo com uma matéria do jornal Folha de S.Paulo, publicada nesta terça-feira, dia 19 de maio, um dos investidores lesados é o juiz aposentado Messias Cocca. Ao lado do filho, ele perdeu mais de R$ 900 mil.
Outra vítima do suposto esquema foi o empresário Luca Calabrese de 63 anos. Segundo ele, foram mais de R$ 600 mil investidos.
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“Perdi muito dinheiro, dinheiro declarado, dinheiro da família inclusive. Me colocaram numa situação muito difícil perante minha família. Risco de morrer mesmo. (…) Eles continuam dando golpe. Posso garantir que estamos falando de algo na casa de R$ 1 bilhão”, afirmou Calabrese.
Outro a perder cerca de R$ 145 mil na FX Trading foi Ubirajara Augusto Montalvão. O investidor afirmou ter ficado revoltado ao descobrir do golpe e que a empresa havia reaberto com outro nome: F2 Trading, que também é investigada pela CVM.
Retorno de até 2,5% ao dia
A FX Trading prometia investimentos em Bitcoin e um retorno de até 2,5% ao dia.
Como normalmente acontece, após receberem o retorno prometido nos primeiros meses, os investidores se animaram. Assim, foram investindo cada vez mais até que um dia, sem prévio aviso, a empresa saiu do ar. Logo, os investidores não conseguiram sacar os valores aportados e tampouco receber o retorno prometido.
Quadrilha organizada
O garoto propaganda e suposto dono da empresa é o paranaense Philip Wook Han, de 37 anos. No entanto, ao ser procurado pela Folha, Han negou envolvimento com a empresa.
Por outro lado, para o promotor Renato Davanso, que acompanha um dos inquéritos em andamento, está claro que Han tem envolvimento e é o representante da empresa.
“O crime contra economia popular está óbvio, porque ele enganou. Não existe mágica, você aplica um dinheiro e vai ter 20% de remuneração. Ele está vendendo uma coisa que não tem como entregar. Ninguém consegue, ou ele não precisava pegar o dinheiro dos outros”, disse o promotor.
A Secretaria da Segurança Pública, por sua vez, informou que os três inquéritos estão em curso.
“São apuradas denúncias de crime contra a economia popular, estelionato e organização criminosa. As equipes realizam oitivas com as partes, bem como a análise das informações e evidências reunidas até o momento. Novas diligências são realizadas e as autoridades trabalham para esclarecer os fatos e responsabilizar os envolvidos”, afirmou.
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