Pirâmides financeiras que oferecem retornos estratosféricos com criptomoedas não são novidade. Foi nesse “mercado” que um garoto de 19 anos viu a chance de ficar milionário.
Stefan Qin é um australiano que se proclamou um “prodígio da matemática”. Assim como empresas fizeram no Brasil, ele afirmou ter um algoritmo secreto para operar com criptomoedas.
Qin então criou um fundo e, em um ano, ele afirmou ter rendimentos de 500%. Na verdade, tudo não passou de um esquema de pirâmide, no qual Qin embolsou R$ 450 milhões.
Prodígio do crime
Conforme história publicada pela Bloomberg na quinta-feira (11), Qin ganhou tanto dinheiro que chegou a pagar mais de R$ 100 mil de aluguel em um apartamento.
O apartamento era localizado em um condomínio com sauna, ofurô, piscina e simulador de golfe.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Tudo começou a dar sinais de problema no segundo trimestre de 2020. Investidores começaram a se irritar com ativos desaparecidos e transferências não completadas.
Mais de 100 investidores caíram na lábia de Qin, fornecendo dinheiro para seu estilo de vida de alto padrão. O garoto chegou a realmente operar com o dinheiro recebido
Contudo, as apostas eram de alto risco, todas em ofertas iniciais de criptomoedas (ICO, na sigla em inglês). Como é sabido, ICO deram diversos prejuízos desde que o conceito foi inventado.
O número de investidores foi impulsionado quando, em 2018, o Wall Street Jornal publicou sobre Qin e sua “habilidade de arbitrar criptomoedas”.
Diferentes das desculpas usadas por empresas brasileiras, envolvendo hacks e culpa dos clientes, Qin culpou “agiotas chineses”. Na semana passada, Qin se declarou culpado a uma corte nos Estados Unidos.
Agora, ele pode responder a uma pena de até 15 anos.
O garoto aprendeu sobre criptomoedas em um intercâmbio feito na China, segundo Bloomberg. Lá ele aprendeu sobre criptomoedas e decidiu largar a faculdade.
Igual no Brasil
Empresas brasileiras com modelos de negócio semelhantes ao de Qin geralmente usam uma mesma alternativa. Elas criam uma segunda plataforma, afirmando que desta vez tudo vai dar certo.
Foi o que Qin fez ao criar o VQR Multistrategy Fund. Ele pediu que os ganhos dos investidores fossem transferidos para este novo fundo.
Golpes como Midas Trend, G44 e Genbit usaram esta estratégia em 2020. Contudo, assim como estas empresas, Qin queria apenas ganhar tempo para sacar o dinheiro e desaparecer.
Não deu tempo. A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) já estava envolvida e bloqueou as contas do fundo em exchanges.
Entretanto, diferente de figuras como Danilo Santana (da D9) e Devanir Santos (da Midas Trend), Qin retornou aos Estados Unidos.
Com isso, sua prisão foi efetuada no dia 4 de fevereiro deste ano.
Leia também: Próxima resistência do Bitcoin é em R$ 270 mil, prevê Mercado Bitcoin
Leia também: Token DeFi na mira da Grayscale dispara 55% e pode crescer mais
Leia também: Há 10 anos, “prêmio de consolação” de jogo eletrônico foi 25 Bitcoins