Enquanto a imensa maioria dos empresários que atuam no mercado de criptomoedas argumentam que uma regulamentação clara é essencial para o desenvolvimento do ecossistema ainda em formação, para três grandes economistas norte-americanos, entre eles um prêmio Nobel e um ex-chefe do FMI, o desenvolvimento de uma regulamentação estatal, como a que vem sendo discutida no G20, vai selar a morte do Bitcoin.
Em entrevista ao Financial News, Joseph Stiglitz, Kenneth Rogoff e Nouriel Roubini criticaram fortemente o Bitcoin e declararam que ele irá fracassar como meio de pagamento por conta de sua natureza puramente especulativa, causando uma alta volatilidade em seu preço, além de seu anonimato. Stiglitz, economista ganhador do Prêmio Nobel, chegou a afirmar que as criptomoedas como Bitcoin permitem uma “atividade nefasta” e que “nenhum governo pode permitir” e argumentou que a regulamentação vai matar a criptomoeda.
“Uma vez que [o mercado de criptomoedas] se torna significativo [segundo Stiglitz, hoje ele não é], eles usarão o martelo [em referência a ‘morte’ do Bitcoin]”, afirmou.
Já Rogoff, que já foi o chefão do Fundo Monetário Internacional (FMI), argumentou que o Bitcoin vai valer cerca de US$100 em dez anos e também alertou que o peso regulatório dos governos vai prejudicar as criptomoedas. A mesma opinião é compartilhada por Roubini, o economista que supostamente previu a crise financeira de 2008. Roubini argumentou que o Bitcoin não preenche nenhuma das características do dinheiro, além de apresentar uma alta volatilidade e dizendo que a criptomoeda não é nem mesmo aceita em conferências que tratam do assunto, como acontece constantemente aqui no Brasil.
As reuniões do G20, que acontecem agora em julho, devem trazer o primeiro escopo de regulamentação para o mercado. Entretanto, embora a Coreia do Sul, que não integra o G20, tenha anunciado que espera uma posição da organização para poder “se adequar” à ela, não é certo que as nações que integram o G20 vão adotar as regras apresentadas, tendo em vista que as decisões do grupo não tem carácter executivo e cabe à cada país decidir internamente a legislação que lhe cabe.