Três semanas após o caso Bitfinex, outro caso famoso de 2016 volta para a mira do Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ). De acordo com o órgão, um dos fundadores da BitConnect foi formalmente acusado na sexta-feira (25).
O acusado foi o indiano Kumbhani Satish, de 36 anos. Conforme a acusação do DoJ, Satish irá responder por fraude e formação de um esquema Ponzi, além de outras acusações.
- fraude de rede;
- manipulação de preços de commodities;
- operação de um negócio de transmissão de dinheiro sem licença;
- conspiração para cometer capacitação internacional de lavagem de dinheiro.
“Essa acusação alega um enorme esquema de criptomoedas que causou fraudes de mais de US$ 2,4 bilhões. O Gabinete do U.S. Procurador e nossos parceiros de aplicação da lei estão comprometidos em buscar a justiça para as vítimas”, disse o procurador Randy Grossman.
Robô de rendimentos
Conforme explicado pelo Departamento de Justiça, Satish defraudou um número indeterminado de investidores, obtendo quase US$ 2,4 bilhões na operação. Ele criou um esquema no qual ofereceu um serviço de trading via robô (bot) e software de volatilidade.
Através do software, Satish afirmava que os usuários da BitConnect teriam lucros substanciais com criptomoedas. Na verdade, o lucro era proporcional ao número de novos clientes que os investidores conseguiam trazer. Dessa forma, os pagamentos provinham do dinheiro vindo de novos usuários
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Eric B. Smith, agente especial do FBI, disse em declarações oficiais de que o caso de BitConnect foi indicativo do escopo das operações de fraudadores. Ou seja, demonstra o quanto a atividade criminosa consegue diversificar suas ações.
“A acusação de hoje reitera o compromisso do FBI em identificar e abordar golpistas, bem como a capacidade de empreendedores legítimos para inovar dentro deste mercado nascente. Mas transformar uma fraude em um esquema ‘legítimo’ e sediá-la no exterior não diminuirá a resolução e a dedicação do FBI para investigar meticulosamente esses crimes”.
Caso Bitconnect
Todas as acusações estão associadas à operação da BitConnect, um dos maiores golpes com criptomoedas na história. O esquema operava uma plataforma de empréstimos e rendimentos através de seu token, o Bitconnect Coin (BCC).
Para se ter ideia do nível da fraude, o BCC chegou a figurar em 20º na lista das criptomoedas com maior de mercado. A BitConnect chegou a ter um valor de mercado de US$ 2,5 bilhões, cerca de R$ 13 bilhões na cotação atual.
No entanto, tudo se tratava de um clássico golpe de pirâmide. Os clientes antigos eram pagos com a captação de novas pessoas. O esquema sobreviveu até 2018, quando finalmente ruiu. Desde então, vários associados à BitConnect foram presos ou processados.
Desde o fim do esquema, as autoridades dos EUA têm procurado todos os envolvidos e buscado resgatar o máximo de dinheiro possível. Em maio de 2021, a Comissão de Valores Mobiliários e Exchange dos Estados Unidos (SEC) abriu um processo contra cinco indivíduos associados à BitConnect.
Contudo, Satish não estava na lista da SEC, mas a autarquia conseguiu prender três envolvidos. Após o fechamento de um acordo, os acusados devolveram mais de US$ 12 milhões em Bitcoin (BTC) e moeda fiduciária.
E no final do ano passado, conforme noticiou o CriptoFácil, a SEC obteve um julgamento contra Glenn Arcaro, um dos diretores da BitConnect. Em suma, o executivo declarou-se culpado das mesmas acusações que agora recaem sobre Satish.
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