No desenvolvimento mais recente, o Grupo FTX 2.0, responsável pela reestruturação da FTX, revelou um projeto de plano de reembolso dos credores. De acordo com o grupo, o plano se resume em dois pontos principais. Em primeiro lugar, o reembolso aos clientes, que deve ocorrer em dinheiro.
O segundo ponto é o fim do token nativo da FTX, o FTT, que deixará de existir. Além disso, quem possui tokens FTT não deve receber reembolso. A prioridade da FTX, segundo seus liquidantes, é devolver o dinheiro de quem era cliente da plataforma.
O plano classifica o FTT como uma ação e, portanto, não inclui os detentores do token no plano. Com isso, muitos dos grandes investidores da FTX que receberam tokens da empresa não terão reembolso.
Plano de reembolso da FTX
A FTX 2.0 tem um plano base, mas deve fazer alterações neste plano com base no feedback das partes interessadas. Assim, propõe a valorização dos créditos dos clientes em dólares a partir da data da falência. Dessa forma, o valor total pode sofrer alterações de acordo com os ativos que cada cliente possui na plataforma.
Segundo os documentos judiciais, o plano de reestruturação envolve a FTX 2.0 reembolsando os credores e anexando ativos vinculados a diferentes ramos do negócio. Além disso, o registro mostra que a FTX 2.0 ainda não descartou o retorno às atividades em suas plataformas após o reembolso aos clientes.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Para auxiliar os credores, a equipe vai criar três pools de recuperação para os reembolsos. Esses pools incluem ativos de clientes da FTX.com, clientes da FTX nos Estados Unidos e ativos não diretamente conectados a exchange. Só que a empresa afirmou que pode não ter como reembolsar integralmente os clientes. Mas os detalhes do plano ainda serão divulgados.
Token FTT deixará de existir
O plano de reestruturação para o FTX 2.0 não exige reembolso dos tokens FTT. De acordo com o texto, o token possui “características semelhantes a ações”. E no caso de falências, os acionistas da empresa geralmente assumem o risco de perda do investimento.
De fato, a lei do plano de recuperação de falências dos Estados Unidos geralmente elimina o componente de patrimônio. Comentando sobre o desenvolvimento, o diretor de reestruturação da FTX, John J. Ray III, disse:
“Hoje temos o prazer de cumprir nosso compromisso de arquivar o Plano neste estágio relativamente inicial. A empresa pretende colaborar com os credores nos próximos meses e apresentar um plano alterado no quarto trimestre deste ano”.
A FTX mencionou que o plano ainda está nos estágios iniciais e outras modificações são possíveis. A proposta também sugere que sete grupos de credores terão a chance de votar no plano, incluindo clientes FTX.com, clientes FTX US e detentores de tokens não fungíveis. Esses grupos serão formados posteriormente.
Em julho, a FTX 2.0 processou seu fundador Sam Bankman-Fried (SBF) e sua equipe para recuperar grande parte de suas transações questionáveis. A exchange alegou que os réus usaram fundos de forma consistente para condomínios de luxo, contribuições políticas, investimentos especulativos e projetos pessoais, levando ao que a empresa chamou de “uma das maiores fraudes financeiras da história”.