Após mais de dois anos, o tão esperado plano de reorganização da FTX já tem uma data específica para início do reembolso aos credores da exchange. De acordo com um comunicado revelado pela exchange, o plano oficial de reorganização começará em janeiro de 2025.
A FTX disse que está concluindo os pré-requisitos finais que tornarão o pagamento viável. Com isso, o cronograma oficial com as datas exatas deve sair nas próximas semanas.
No dia 11 de novembro de 2022, a FTX declarou falência após a descoberta de uma série de fraudes envolvendo as atividades da empresa. Dias antes, a exchange bloqueou os saques, impedindo que vários clientes conseguissem retirar dinheiro e as suas criptomoedas.
Detalhes do plano da FTX
De acordo com a FTX, esse plano de reorganização abrirá caminho para que a empresa comece as distribuições de pagamentos aos credores e clientes. Antes de janeiro de 2025, a exchange disse que finalizará acordos com os agentes de distribuição especialmente designados.
Para serem elegíveis para pagamentos, os clientes precisarão criar uma conta com os agentes de distribuição. Essa conta deve passar por todas as etapas de validação de identidade e saldo devido pela FTX.
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A equipe de falência da plataforma disse que anunciará as datas específicas para o início da distribuição em janeiro. Este anúncio está sujeito a uma ordem judicial de aprovação do cronograma.
O anúncio detalhou que a primeira distribuição ocorrerá em cerca de 60 dias após a aprovação da ordem judicial. Por isso, alguns pagamentos podem começar a ser feitos no final do primeiro trimestre de 2025.
Além da criação de uma conta com os agentes de distribuição, os credores também precisarão “concluir a verificação de identidade (KYC) e enviar os formulários fiscais necessários antes da data do registro de distribuição”.
Esta última atualização vem depois que o tribunal aprovou seu plano de falência em outubro. Sob este plano de reorganização, a FTX distribuirá mais de US$ 6,6 bilhões aos clientes.
Embora o plano aprovado reembolse os usuários em mais de 100% de seus fundos bloqueados, o pagamento será feito em dólares. Quem ficou com criptomoedas receberá o saldo equivalente ao valor dos ativos.
A ascensão e queda da FTX
No seu auge, a FTX chegou a ser a exchange que mais crescia em volume no mundo. Semanas antes da declaração de falência, a plataforma criada por Sam Bankman-Fried, o SBF, era a segunda maior do mundo em volume negociado, atrás somente da Binance.
No entanto, SBF criou um esquema de fraude para desviar cerca de US$ 8 bilhões em fundos de clientes. Esses fundos iam para a empresa irmã da FTX, a Alameda Research, que utilizava o dinheiro para fazer uma série de doações e investimentos.
A prática fez o balanço patrimonial da FTX desenvolver um déficit enorme que, quando descoberto, forçou a exchange a pedir falência. Também houve um ataque hacker que roubou bilhões da plataforma, deixando a FTX descapitalizada.
Pelo papel desempenhado em seu colapso, SBF recebeu uma pena de prisão de 25 anos. Outros executivos como Ryan Salame e Caroline Ellison também receberam penas de prisão de sete e dois anos, respectivamente.
Enquanto isso, Gary Wang escapou da prisão, apesar de ter desenvolvido o software que ajudou SBF a cometer os desvios.