A FTX anunciou nesta quinta-feira (06) que iniciará a segunda fase de distribuição de pagamentos aos credores até o dia 30 de maio de 2025. A confirmação veio por meio do investidor Sunil Kavuri, que afirmou no X/Twitter que a exchange Kraken já começou a enviar e-mails aos clientes sobre o processo.
Diferente da primeira fase, que contemplou apenas aqueles com valores abaixo de US$ 50 mil, a nova distribuição incluirá credores com quantias superiores e inferiores a esse valor. A FTX confirmou que os pagamentos se estendem agora aos detentores de Class 5 Customer Entitlement Claims e Class 6 General Unsecured Claims. De acordo com a empresa, a data de corte para a elegibilidade da nova rodada de pagamentos será 11 de abril de 2025.
Os credores que escolheram a Kraken como plataforma para receber os valores já estão recebendo notificações. Os e-mails destacam que todas as atualizações do processo estarão disponíveis no portal oficial da FTX Claims. No entanto, os credores que aguardam pagamento por meio da FTX Bahamas ainda não receberam informações concretas sobre a liberação dos recursos, o que gerou críticas.
Apesar do avanço na recuperação de valores, muitos credores continuam insatisfeitos com a administração do processo de falência. Alguns apontam que a FTX poderia ter sobrevivido se tivesse administrado melhor seus ativos. Comparações com o caso da Bybit, que superou um hack de US$ 1,4 bilhão, reforçam essa teoria.
Outro ponto de discórdia é a venda de participações valiosas por preços considerados baixos. Um exemplo é a participação da FTX na Anthropic, vendida por US$ 884 milhões em 2024, mas que hoje vale US$ 5 bilhões. O mesmo ocorreu com as ações da Robinhood, que agora valem mais de US$ 3 bilhões, e a liquidação de tokens SOL, vendidos a um grande desconto.
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CEO da FTX receberá US$ 41 Milhões
Outro fator que gerou indignação foi a compensação ao CEO da FTX, John Ray III, que receberá US$ 41 milhões pelo trabalho na gestão da falência. O valor inclui US$ 38,1 milhões como incentivo e US$ 3 milhões como taxa de conclusão. Muitos credores classificam esse pagamento como excessivo, dada a perda significativa de valores durante o processo.
Críticos alegam que os credores pagam essas quantias, enquanto bilhões em ativos foram liquidados por valores muito abaixo do mercado. Alguns já pediram à Justiça que reavalie e rejeite o pagamento ao CEO, mas o montante foi aprovado pelo Independent Board e pelo Wind Down Board. Credores contrários ao pagamento devem apresentar objeção até 24 de março de 2025.
O fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, que atualmente cumpre pena, alega que a empresa não teria quebrado se não tivesse entrado com pedido de falência. Segundo ele, se a empresa ainda detivesse seus ativos originais, o valor total hoje seria de aproximadamente US$ 77 bilhões.
O caso segue sendo um dos mais polêmicos do mercado cripto, com investidores e credores exigindo mais transparência e melhores decisões na administração dos ativos. A segunda fase de pagamentos é um passo importante, mas a polêmica em torno da falência da FTX está longe de acabar.
