De acordo um novo relatório divulgado pela entidade reguladora do mercado financeiro da França (AMF, na sigla em francês), a indústria de ofertas iniciais de moeda (ICOs, na sigla em inglês) no país representa uma pequena parte do mercado global de ICOs.
De acordo com o estudo recente, o mercado global de ICOs representou 19,4 bilhões de euros (US$21,8 bilhões) desde 2014. Tendo experimentado um rápido crescimento desde 2016, a maior parte do mercado concentrou-se principalmente em 2017 e durante os três primeiros trimestres de 2018, com 13,4 bilhões de euros (US$15 bilhões) captados neste último período.
Como a AMF informou, a França foi responsável por uma pequena parcela do mercado, com 89 milhões de euros (US$100 milhões) arrecadados em 15 projetos de ICOs, enquanto a maioria das ICOs foi realizada nos EUA. Segundo o estudo, as ICOs francesas chegaram a 1,6% do financiamento de capital global em 2017.
No que diz respeito ao mercado interno, a AMF enfatizou um papel crucial nesse novo tipo de captação de recursos usado pelas pequenas empresas para preservar a integridade de seu capital. A AMF revelou que os projetos locais de ICOs planejam incorporar a outras indústrias e esperam levantar até 180 milhões de euros (US$202,6 milhões).
O regulador financeiro também afirmou que a indústria precisa de regulamentação apropriada em relação à proteção do investidor, enfatizando a necessidade de adotar requisitos eficazes de combate à lavagem de dinheiro (AML), bem como fornecer um nível de transparência adequado.
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A esse respeito, a AMF mencionou a recente iniciativa do Ministério da Economia e Finanças da França, que aprovou em setembro deste ano o Projeto de Plano de Ação para Crescimento e Transformação Empresarial (PACTE), que está sendo examinado no Parlamento. No entanto, a AMF ainda afirmou que a indústria precisa de cooperação internacional para regulamentar o mercado, dado o caráter transfronteiriço do setor.
Este relatório recente foi divulgado um ano após o lançamento do programa UNICORN, que representa uma base de apoio e uma tentativa de construir uma abordagem regulatória para “toda nova atividade de angariação de fundos baseada em criptomoedas e tecnologia Blockchain”.
Na semana passada, o Comitê de Finanças da câmara baixa do parlamento francês propôs emendas fiscais que igualariam os impostos sobre as vendas de criptomoedas aos impostos sobre a renda, reduzindo-os dos atuais 36,2% para 30% a partir de 1º de janeiro de 2019.
No início de setembro, a AMF incluiu 21 sites de investimento, incluindo sites relacionados às criptomoedas que ofereciam “investimentos atípicos”. Anteriormente, o regulador de ações havia acrescentado outros 15 sites à lista negra em março deste ano, alertando os investidores sobre os riscos associados a esquemas on-line que prometem altos retornos.