O ecossistema das criptomoedas encontrou um apoio inesperado no Fundo Monetário Internacional (FMI). A organização está pedindo que os bancos centrais do mundo tenham a mente aberta sobre o dinheiro digital, e que eles deveriam “distinguir entre ameaças reais e medos desnecessários”.
FMI quer ajudar a desenvolver regulamentação de criptomoedas
Christine Lagarde, diretora do FMI, surpreendeu muitas pessoas no sistema financeiro com um post recente em que ela parece estar do lado das criptomoedas quando se trata da recente reação exagerada de alguns bancos centrais, incluindo a Índia e o Paquistão. O FMI quer oferecer seu conselho de 189 membros e servir como um fórum para discussão e colaboração no desenvolvimento de uma abordagem regulatória consistente.
“Os formuladores de políticas devem manter a mente aberta e trabalhar em prol de uma estrutura regulatória imparcial que minimize os riscos e, ao mesmo tempo, permita que o processo criativo dê frutos.”
Com mais de 1.500 moedas digitais e tokens diferentes em circulação, os reguladores financeiros se sentem pressionados a permitir que a tecnologia blockchain se desenvolva, sendo ameaçada pelo comércio de criptomoedas sem a supervisão de uma autoridade monetária central. A reunião anual do FMI em Washington, Estados Unidos, esta semana, incluiu o tema quente deste ano – o mercado de criptomoedas.
De acordo com a ferramenta Coinmarketcap, o limite de mercado total entre as 1568 criptomoedas espalhadas em 10327 mercados é de mais de US$300 bilhões, o que representa cerca de 4,8% das reservas internacionais de moeda estrangeira.
Na semana passada, Lagarde disse ao South China Morning Post, jornal de Hong Kong, que a indústria está se desenvolvendo rapidamente, é altamente volátil, com benefícios e desvantagens.
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“Em primeiro lugar, o uso ilícito da moeda digital, mais o abuso do analfabetismo financeiro dos consumidores, devem ser evitados. Em segundo lugar, as inovações do uso de mecanismos digitais precisam ser exploradas e incentivadas. Por isso, é uma combinação de ter uma estrutura que protege e não sufoca a inovação, o que pode levar à eficiência de custos.”
Uma avaliação preliminar feita pelo FMI concluiu que, embora os ativos vinculados às criptomoedas não representem um perigo imediato para o sistema financeiro global porque sua pegada ainda é pequena, eles têm o potencial de ampliar os riscos e aumentar a transmissão de choques econômicos. Por outro lado, eles podem “permitir transações financeiras rápidas e baratas” e a tecnologia de contabilidade distribuída pode melhorar a eficiência.
“Precisamos permanecer alertas e vigilantes. Devemos agir rapidamente para preencher as lacunas de conhecimento que inibem o monitoramento efetivo dos cripto-ativos. Deve haver uma avaliação sistêmica dos riscos e respostas políticas oportunas, bem como medidas para proteger os consumidores, os investidores e a integridade do mercado”, acrescentou Lagarde.
Esta semana, o Laboratório de Inovação do FMI está realizando sessões sobre tecnologia de contabilidade distribuída, aplicações bem-sucedidas da blockchain e os riscos e oportunidades das criptomoedas.