O Fundo Monetário Internacional (FMI) emitiu recentemente um alerta ao G20 sobre a proliferação generalizada de criptomoedas e seus riscos para a estabilidade financeira.
O FMI afirmou que o uso generalizado de criptoativos poderia levar os bancos a perder depósitos e reduzir os empréstimos, além de trazer riscos substanciais para a eficácia da política monetária, gestão da taxa de câmbio e medidas de gestão do fluxo de capital.
O relatório do FMI, intitulado “Implicações macrofinanceiras dos criptoativos”, foi entregue ao G20 em fevereiro durante uma reunião na Índia e divulgado nesta segunda, 16, logo depois da falência do SVB, banco com fortes laços com fintechs e empresas de criptoativos, inclusive a Circle emissora da stablecoin USDC.
O relatório foi produzido após “discussões muito úteis com o Ministério das Finanças da Índia, bem como com participantes de grupos focais internacionais” e levou o G20 a decidir sobre a criação de regras globais para as criptomoedas.
Estas regras serão definidas por um documento a ser elaborado em conjunto pelo FMI e pelo Conselho de Estabilidade Financeira (FSB).
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FMI e as criptomoedas
O documento também afirma que “existem muitos riscos associados aos criptoativos, embora a importância e a relevância de riscos específicos difiram de acordo com as circunstâncias do país”. Um tema dominante do relatório é a necessidade de preencher as lacunas de dados para facilitar a formulação de políticas públicas sobre as criptomoedas.
Além disso, segundo o FMI, a proliferação de criptoativos tem o potencial de afetar a eficácia da política monetária, uma vez que as criptomoedas não são regulamentadas pelos bancos centrais e podem ser usadas para contornar as políticas fiscais e monetárias estabelecidas pelos governos.
Apesar dos riscos, o relatório também destaca que os criptoativos desenvolveram tecnologias que o setor público pode alavancar na busca de seus próprios objetivos políticos. É necessário, no entanto, encontrar um equilíbrio entre a inovação tecnológica e a estabilidade financeira.
O FMI e o FSB estão trabalhando juntos na criação de regras globais para as criptomeodas e, com a colaboração do G20, buscam minimizar os riscos associados aos criptoativos. O debate sobre o papel das criptomoedas no sistema financeiro global ainda está em andamento.