Desde 2016, a federação tem explorado o potencial da tecnologia blockchain, tanto que, em agosto daquele ano, criou o Grupo de Trabalho Blockchain, composto por membros da Comissão Executiva de Tecnologia e Automação Bancária (CNAB) — Banco do Brasil, Sicoob, Banrisul, Bradesco, BTG Pactual, Caixa, Citibank, Itaú Unibanco, JP Morgan, Safra e Santander, além do Banco Central, da CIP e da B3, nova empresa decorrente da fusão da BM&FBOVESPA e Cetip. Já no ano passado, instituição organizou o 1º evento de blockchain da Febraban e anunciou que a blockchain aliada à Inteligência Artificial (IA) são os principais focos da instituição.

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De acordo uma pesquisa realizada pela federação no ano passado, 65% dos executivos brasileiros do setor disseram que suas instituições estudam implementar blockchain e que 29% já avaliam experiências analytics e computação cognitiva ou IA.

Prova de conceito

De acordo com a federação, a primeira prova de conceito da Febraban, intitulada Fingerprint, usou a plataforma Corda e envolveu os bancos brasileiros Itaú, Bradesco e B3. O teste desenvolvido no laboratório em nuvem do R3 criou um cadastro com informações fictícias, como nome, CPF, RG, idade, endereço e telefone, com armazenamento de documentos. O resultado comprovou a capacidade dos bancos operarem em regime colaborativo, com garantia de imutabilidade dos dados compartilhados, preservação da privacidade e rastreabilidade das informações.

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A segunda prova de conceito (DNA) foi desenvolvida em Hyperledger, apoiada pela IBM, desta vez com a participação de todas as instituições do Grupo de Trabalho da Febraban. Os testes permitiram avaliar a capacidade atual das plataformas, as diferenças entre elas e aspectos relacionados ao desenvolvimento. A próxima etapa é a realização de um projeto-piloto, que está em fase de criação e será iniciado logo após a conclusão da DNA.

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Além destas, segundo a Febraban, o banco Bradesco avalia plataformas em processos de back office e soluções de startups do programa InovaBRA. Uma das provas de conceito está relacionada às garantias em operações financeiras, como a criação de uma aplicação para comunicar a todos integrantes da cadeia – outros bancos, por exemplo – que um determinado bem já foi oferecido como garantia em outra operação.

Já o Banco Central do Brasil está utilizando a plataforma da Ethereum, para apoiar o Sistema de Transferência de Reservas (STR), um dos componentes do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). A solução entraria em cena em caso de falha completa de dois sites hoje existentes. “As regionais poderiam funcionar por sistema alternativo de transferência usando a tecnologia DLT”, explicou Aristides Cavalcante, chefe-adjunto do Departamento de Tecnologia da Informação do Banco Central do Brasil.

A Febraban também revelou que tem trabalhado com startups, entre elas a e-Wally, uma carteira digital que vem realizando testes utilizando Blockchain na comunidade de Paraisópolis, uma das maiores periferias de São Paulo. A solução viabiliza operações sem custo, como depósito, transferência e pagamento de contas, e permite a qualquer usuário assumir papel de caixa eletrônico, ganhando taxa por transação, de acordo com o site da startup. Todas as transações são criptografadas com blockchain e permitem tratamento e auditoria em plataforma distribuída.

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