Após um tribunal do Reino Unido rejeitar sua alegação de ser o criador do Bitcoin (BTC), Craig Wright sofre uma nova derrota na corte. Essa derrota veio do juiz James Mellor, que determinou o bloqueio de 6 milhões de libras esterlinas em ativos de Craig Wright no mundo inteiro. O valor, de acordo com a cotação atual, corresponde a quase R$ 40 milhões.
De acordo com a ordem judicial, o objetivo do bloqueio é impedir Wright de transferir esses bens para o exterior e dar um calote no tribunal. Isso porque como perdeu sua ação, Wright terá que arcar com os custos do processo. Por isso, o tribunal quer evitar que ele alegue que não tem o dinheiro.
Decisão de bloqueio de bens de Craig Wright
No dia 14 de março, o juiz James Mellor ouviu o caso movido pela Crypto Open Patent Alliance (COPA) contra a alegação de que Wright era Satoshi Nakamoto. O australiano sustentava sua suposta identidade desde 2016 e eventualmente processava qualquer pessoa que desmentisse seus argumentos.
Contudo, Wright nunca ofereceu argumentos que comprovassem que ele de fato era Satoshi. Ele jamais assinou uma transação usando chaves das carteiras ligadas a Satoshi, por exemplo. A falta de evidências levou a COPA a lançar um processo contra Wright.
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No julgamento, Mellor também concluiu que Wright não foi o autor do white paper do Bitcoin nem das versões iniciais do software da criptomoeda. Com isso, ele determinou que o “Faketoshi” (apelido dado a Wright por conta de sua farsa) não tinha qualquer direito de propriedade intelectual sobre ambos os conteúdos.
Pouco depois do resultado, Wright agiu no sentido de ocultar patrimônio. Ele notificou a Companies House, o registo de empresas do Reino Unido, que as ações da sua empresa, RCJBR Holding, tinham sido transferidas para a DeMorgan. Esta empresa fica organizada sob as leis de Singapura, longe do campo de ação da justiça britânica.
Prevenção
De acordo com uma sentença datada de quarta-feira e publicada no site do Bitcoin Legal Defense Fund, os custos da COPA totalizam cerca de 6,7 milhões de libras. Por isso, Mellor determinou o bloqueio de bens para impedir que Wright possa fazer novas transferências.
“Compreensivelmente, isso deu origem a sérias preocupações por parte da COPA de que o Dr. Wright estava implementando medidas para tentar evitar os custos decorrentes da sua perda no julgamento”, escreveu Mellor, referindo-se à transferência de ações.
É claro que Wright poderia evitar esse bloqueio se ele tivesse algo que ninguém pode confiscar. Algo como, por exemplo, os quase 1 milhão de Bitcoins (BTC) que ele alegava possuir quando se dizia ser Satoshi Nakamoto.