Um novo serviço de exchange de criptomoedas está disponível na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela. Uma empresa chamada Panda Group organizou um ponto de venda de mercadorias, cujo objetivo é ajudar os refugiados que cruzam a Ponte Internacional Simon Bolívar, que separa a Venezuela da sua vizinha Colômbia.
Segundo o portal de notícias Coindesk, com a nova alternativa, os refugiados que passam pela ponte agora podem usar o serviço para comprar mercadorias e pagá-las com criptomoedas. O ponto de venda está localizado na cidade de Cúcuta, capital do estado Norte de Santander, na Colômbia. A cidade fica próxima à fronteira com a Venezuela e é um dos pontos de entrada dos refugiados.
O Panda Group criou a alternativa de pagamento com os refugiados em mente. O grupo foi formado por uma joint venture entre os dois países, e anunciou a implementação do novo serviço por meio de sua conta no Twitter, em 13 de junho.
“Chegou ao La Parada o primeiro @pandabtm na fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, por @PandGroup”, afirma o tuíte.
De acordo com os dados publicados pelo site de estatísticas Coinatmradar.com, o serviço permite que os usuários comprem produtos usando Bitcoin (BTC), Bitcoin Cash (BCH) e a stablecoin Dai (DAI). O ponto de venda faz a conversão das criptomoedas em pesos colombianos (COP).
Comprando Bitcoin
E os produtos não são a única coisa à venda pelo Panda Group. Na loja física – um pequeno provedor de serviços de telefonia localizado no shopping La Parada – os clientes também podem comprar Bitcoin, com preços baseados na cotação em COP do site Localbitcoins. A loja cobra um ágio de 10% do preço de mercado na compra, e aqueles que venderem seus Bitcoins conseguem uma taxa de 5% a mais do que a cotação do momento.
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Este não é o primeiro serviço de criptomoedas que atua na Colômbia. O Grupo Panda já instalou mais cinco exchanges de criptomoedas na Colômbia, a maioria delas na capital do país, Bogotá.
De acordo com o CEO da Panda Arley Lozano Jaramillo suas soluções estão focadas em ajudar os usuários venezuelanos e refugiados da crise econômica que assola o país. Jaramillo anunciou a adição de um novo serviço, chamado Xpay.Cash, para incentivar a adoção de criptomoedas.
“Este serviço foi criado para que todos os nossos irmãos consigam usar suas criptomoedas em Cucuta e mitigar as perdas na troca de bitcoins para pesos, que representam pelo menos 20% do valor das transações”, disse Jaramillo.
Ao lado do Brasil, a Colômbia tem a maior taxa de investidores em criptomoedas na América do Sul. Existem mais de 20 empresas que aceitam pagamentos em Bitcoin no país. Os estabelecimentos estão focados principalmente em turismo, alimentação e serviços digitais.
Criptomoedas na fronteira
Devido à alta circulação de refugiados, a fronteira Colômbia-Venezuela mostra-se um local interessante para a aceitação de Bitcoin, cuja popularidade aumentou na Venezuela desde que a hiperinflação destruiu a moeda oficial do país, o bolívar.
Um dos caixas eletrônicos da Colômbia, instalado na cidade de Villa del Rosario, está conectado à fronteira venezuelana pelo estado de Táchira. Os estados são separados apenas pela Ponte Internacional Simon Bolivar, uma das fronteiras mais utilizadas pelos refugiados venezuelanos. Estima-se que mais de 1 milhão de pessoas já cruzaram essa fronteira.
A situação dos refugiados também despertou o foco no uso do Bitcoin, principalmente para fins de ajuda humanitária. Hoje existem 42 caixas eletrônicos de Bitcoin instalados na Colômbia, sendo um deles em Cúcuta.
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