Antony Jenkins atuou na indústria bancária mundial por mais de 30 anos, com passagens por bancos como o Citigroup e o Barclays, banco internacional britânico, no qual foi CEO durante três anos (de 2012 a 2015). Atualmente Jenkins é um empreendedor no ramo da tecnologia, desde a fundação da 10x Future Technologies, empresa provedora de plataformas de computação para bancos baseadas em nuvem.
O ex-CEO do Barclays acredita que os grandes bancos terão sucesso em suas atuações se encararem as fintechs (empresas de tecnologia) como oportunidades e não como ameaças. O site nova-iorquino Quartz conversou com o empresário sobre fintechs, Bitcoin e outros temas relacionados ao mundo das finanças.
Jenkins acredita que os bancos são basicamente usuários de tecnologia e não empresas de tecnologia, como muitas vezes buscam ser reconhecidos. Em sua visão, na maioria das vezes que um banco compra uma fintech, na verdade, ele não está buscando incrementar seu negócio com tecnologia e, sim, negando-a de uma forma mais sofisticada. Quando o banco internaliza uma fintech são impostas a ela seus requisitos de governança, seu orçamento e etc. É natural de uma grande organização rejeitar tudo que não seja familiar. Em sua opinião, se um banco quer fazer negócios de forma diferente, isso deve ser feito fora da organização existente.
As empresas de tecnologia, de acordo com Jenkins, serão, provavelmente, desafiadas por novas fintechs que terão aprendido com as empresas da primeira geração e que irão montar novas organizações com soluções ainda mais inusitadas para o mercado. “Esse movimento tem acontecido em diversas áreas da tecnologia. O Google não foi o primeiro motor de busca desenvolvido, ou o Facebook não foi a primeira rede social desenvolvida, porém ambos encontraram uma maneira mais eficiente de resolver problemas que as primeiras empresas desenvolvedoras das ferramentas“, comentou Jenkins.
O dono da 10x Future Technologies afirma que, graças à tecnologia, a barreira de entrada para startups de serviços financeiros é muito menor. “Um banco é como um museu de tecnologia, que agrega mainframes, midframes, servidores de todos os tipos e tamanhos. Enquanto na nuvem existe uma arquitetura moderna de baixo custo e altamente escalável. Junto com a nuvem vem muitas ferramentas que não precisam ser compradas ou construídas“, disse Jenkins, justificando a razão pela qual startups têm conseguido apresentar ofertas mais aprimoradas.
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Quando questionado pelo Quartz sobre a tecnologia Blockchain, Jenkins comenta que um sistema bancário é basicamente um conjunto de intermediários que agrupam o risco de forma centralizada, e que em um mundo onde todos estarão conectados por uma tecnologia de razão distribuída esses intermediários não serão mais necessários. O risco não será eliminado, porém o agrupamento do risco sim.
Jenkins diz apoiar o Bitcoin e que mesmo com a possibilidade de que exista uma bolha atravessando o mercado, faz parte do processo natural de todas as novas tecnologias que surgem. Trata-se de uma consequência da curva de aprendizado necessária e que daqui algum tempo as moedas digitais serão importantes para o mercado.