O Bitcoin e o movimento das criptomoedas surgiram a partir de um descontentamento com o sistema financeiro tradicional, centralizado por natureza, com a intenção de devolver aos usuários controle sobre seus fundos. Contudo, em meio ao movimento descentralizado, instituições centralizadas ganharam vida – como as exchanges. Surgido para lembrar a importância de deter as chaves privadas das carteiras, o evento Proof of Keys foi criado, e é realizado todo dia 03 de janeiro – dia em que foi minerado o primeiro bloco da rede Bitcoin.
Evento terá sua segunda edição
O evento Proof of Keys foi realizado pela primeira vez no dia 03 de janeiro de 2019. Para lembrar a todos os entusiastas de criptoativos sobre o que trata o movimento, a intenção é sacar os fundos de plataformas centralizadas (como exchanges) ao mesmo tempo. John McAfee, a controversa figura que atualmente pertence à criptoesfera, já falou sobre a importância da descentralização em uma de suas antigas publicações no Twitter:
The crypto exchanges have become the thing that we have originally fought against. Their power is immense. Hitbtc, for example, has increased suffering for millions of poor people who cannot afford the minimum buy-in since it is greater than their monthly income. Boycott them.
— John McAfee (@officialmcafee) June 28, 2018
“As exchanges se tornaram o que nós lutamos contra originalmente. O poder delas é imenso. A HitBTC, por exemplo, aumentou o sofrimento de milhões de pessoas pobres que não conseguem atingir o depósito mínimo, tendo em vista que é maior do que seu salário mensal. Boicote-os.”
Apesar de radical, o tuíte de McAfee tem sentido. Para desafiar o poder das plataformas centralizadas, servindo ainda para verificar se as exchanges possuem os fundos que alegam, foi criado o Proof of Keys. Ele se parece muito com o evento conhecido como bank run, quando pessoas tentam sacar seus fundos o mais rápido possível, preocupando-se com a possibilidade de que a instituição financeira não tenha dinheiro suficiente para atender todos os saques.
É talvez desnecessário dizer que as exchanges não são fãs deste evento, pois ele impacta negativamente o volume de troca, além de nada garantir que o usuário que retirou os fundos retornará o montante para a mesma exchange.
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Participando de forma segura
Para os entusiastas que querem participar do movimento, alguns pontos devem ser observados, indicados pelo cientista de dados Kenny Li. O primeiro deles é para aqueles que querem sacar seus fundos, mas pretendem guardar novamente na exchange quando acabar o evento. Nesse caso, criar um endereço temporário é uma boa opção, uma vez que a exchange poderá ligar a sua carteira externa à sua identidade – uma vez que a possibilidade é que o usuário saque para uma carteira própria, caso planeje devolver o valor.
Além disso, ter atenção ao endereço é fundamental. Seria muito ruim se um integrante da criptoesfera tentasse sacar seus fundos para dar impulso ao movimento e, no processo, perdesse suas economias. Atenção redobrada para endereços ERC-20.
Por fim, é necessário verificar a viabilidade de participação. Com várias pessoas sacando fundos ao mesmo tempo, é normal que a rede fique congestionada e as taxas transacionais aumentem. Nesse caso, talvez não seja vantajoso movimentar caso a participação tenha um grande impacto negativo nas posses.
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