A separação entre criptomoedas e blockchain é talvez uma das principais divergências entre o mercado tradicional e os cripto evangelistas. Enquanto para boa dos integrantes do mercado tradicional, a blockchain representa uma verdadeira oportunidade de revolução tecnológica e o Bitcoin nada mais é do que uma bolha especulativa, para os evangelistas das moedas digitais é impossível separar a dupla criptomoedas e blockchain, afinal elas são interdependentes.
Entretanto, durante a 28ª edição do Ciab, o principal evento de tecnologia para o mercado financeiro brasileiro, que acontecerá entre os dias 12 e 14 de junho, em São Paulo, o mercado tradicional tem demonstrado mais uma vez, que o futuro será muito mais pautado pela separação das tecnologias do que pela sua aplicação em conjunto. No evento, organizado pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), a blockchain teve grande importância, enquanto o Bitcoin e as outras criptomoedas foram deixadas de de lado.
Com mostra o jornal Valor Econômico, a blockchain tem sido foco de muitas palestras, de estandes e de conversas nos corredores. A tecnologia, que vem sendo estudada pelas instituições de forma intensa nos últimos três anos, promete redução de custos e otimização no uso de infraestrutura, aspectos cruciais para os bancos no processo de migração para o mundo digital, que exige altos investimentos e agilidade no lançamento de produtos e serviços.
“Não trabalhamos com pirâmide (em referência ao Bitcoin)” , disse um executivo do setor, fazendo referência à declaração do presidente do Banco Central Ilan Goldfajn. Opinião que é compartilhada pelo presidente do Itaú Unibanco Candido Bracher, que acrescentou que as criptomoedas, hoje, da forma que estão estabelecidas, são algo muito “excêntrico e arriscado”.
“Não é algo que terá impacto no curto prazo”, disse.
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O Ciab Febraban conta com uma área de exposição de 36 mil metros quadrados, 47 patrocinadores e mais de 350 palestrantes que abordarão os mais diversos temas ligados à tecnologia bancária. O evento tem público estimado em mais de 20 mil visitantes durante os três dias. Além da blockchain, serão abordados temas como o desenvolvimento de tecnologias como Inteligência Artificial, Machine Learning, Open Banking e Internet das Coisas (IoT) e como tais alterações podem rapidamente criar ou destruir negócios.
Como mostra o portal CanalTech, o evento promoverá, ainda, o já tradicional CIAB Fintech Day, um dos mais importantes encontros entre instituições financeiras e fintechs do Brasil. Neste ano, o campeonato envolverá fintechs e insurtechs, e, pela primeira vez, terá a participação de startups latino-americanas. O objetivo da competição é identificar startups que tenham sinergia e potencial para colaborar com bancos, seguradoras e instituições financeiras.
Entretanto, pelo menos uma empresa fintech que opera com Bitcoin teve a compra de espaço no Ciab negada pela organização do evento sob a justificativa de o tema não ser regulado pelo Banco Central.