A blockchain do Ethereum tornou-se o alvo preferido dos cibercriminosos no universo das criptomoedas. Um estudo recente conduzido por acadêmicos e pesquisadores americanos indica que a blockchain do Ethereum é mais suscetível a certos tipos de cibercrime devido à sua capacidade de hospedar contratos inteligentes.
Lars Hornuf, Paul P. Momtaz, Rachel J. Nam e Ye Yuan, os especialistas por trás deste estudo, argumentam que a Federal Trade Commission (FTC) dos Estados Unidos pode estar subestimando o real volume de golpes relacionados a criptomoedas.
A FTC relatou perdas de US$ 1,18 bilhão desde 2018, com a maioria delas concentrada no Bitcoin (70%), Tether (10%) e Ethereum (9%). No entanto, a pesquisa sugere que os prejuízos relacionados ao Ethereum chegam a US$ 1,65 bilhão, valor este 16 vezes maior que a estimativa da FTC.
Dentre os colaboradores do estudo, Lars Hornuf é renomado professor na área de fintech e finanças descentralizadas (DeFi). Paul P. Momtaz é afiliado ao Centro de Tecnologia Blockchain da Universidade de Londres. Rachel J. Nam e Ye Yuan, por sua vez, têm extensa experiência em finanças e pesquisa em novas tecnologias.
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Ethereum e golpes
A grande questão reside no fato de que a blockchain Ethereum, desenvolvida em 2017 sob a liderança de Vitalik Buterin, é capaz de hospedar contratos inteligentes.
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Segundo os pesquisadores, apesar de suas funcionalidades benéficas, como gerenciamento de ativos e execução automática de contratos, esses programas podem ser manipulados para atividades maliciosas, incluindo roubo e golpes variados.
O levantamento revela que, no universo Ethereum, existem pelo menos 19 tipos distintos de crimes, incluindo esquemas de pirâmide, golpes de sorteios falsos, explorações e ataques hackers. Ademais, foram identificadas práticas como “puxões de tapete” (rug pull), malware, ransomware, phishing e honeypotting.
De acordo com o estudo, esquemas de pirâmide (ou Ponzi) são os golpes mais comuns na rede Ethereum, representando 60% do total de fundos roubados. Outros golpes relevantes incluem sorteios falsos (18%), explorações (13%) e ataques hackers (5%).
“A natureza diversa e complexa do Ethereum torna-o atraente para cibercriminosos, reforçando a necessidade de os investidores estarem sempre alertas e informados”, destacaram os pesquisadores.