Um novo capítulo da disputa diplomática entre os Estados Unidos e o Irã ocorreu na última sexta-feira, 09 de novembro. O banco central do Irã foi cortado do sistema monetário global, depois que a rede bancária Swift curvou-se à pressão norte-americana.
A medida deixará 81 milhões de cidadãos iranianos financeiramente excluídos e enfrentando sérias conseqüências econômicas em meio a novas sanções norte-americanas. A coerção da Swift pelos Estados Unidos atesta a pressão que o país exerce sobre a economia mundial e o poder que possui para impor restrições.
Swift curva-se aos EUA
A Sociedade Mundial de Telecomunicações Financeiras Interbancárias, comumente conhecida como Swift, é uma rede confiada pelos bancos para realizar transações financeiras em todo o mundo. Com sede na Bélgica, a Swift destina-se a servir como uma sociedade cooperativa internacional e, portanto, não pertence à uma única nação.
No entanto, a realidade é bem diferente. Os EUA, como se viu no caso do Irã, forçaram a Swift a cortar os laços com o banco central do Irã, à medida que aumentam as sanções contra o país asiático. O secretário do Tesouro dos EUA Steven Mnuchin revelou a decisão em 08 de novembro, através de seu Twitter:
“Compreendo que a Swift irá descontinuar seu serviço ao banco central do Irã e às instituições financeiras iranianas. A Swift está tomando a decisão certa para proteger a integridade do sistema financeiro internacional.”
Caso a Swift não tivesse seguido as ordens dos EUA, poderia ter sucumbido ao mesmo destino que o próprio Irã. “A Swift poderia estar sujeita às sanções”, proclamou Mnuchin na semana passada. “Ela não é diferente de qualquer outra entidade”. Seus comentários reforçam a crença de que nenhuma organização internacional está além do alcance das forças norte-americanas. O sistema de transferência de dinheiro Swift está aberto a todos os países até que os EUA decidam o contrário. Em uma declaração feita no início desta semana, a Swift explicou:
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“Mantendo nossa missão de apoiar a resiliência e a integridade do sistema financeiro global como um provedor de serviços global e neutro, a Swift está suspendendo o acesso de certos bancos iranianos ao sistema de mensagens. Esta medida, embora lamentável, foi tomada no interesse da estabilidade e integridade do sistema financeiro global mais amplo. Nossa missão continua sendo um provedor global de mensagens neutras.”
Irã responde com criptomoeda
A nova sanção imposta pelos Estados Unidos, como parte das pressões para que o Irã desista de seu programa nuclear, levou os iranianos a supostamente apelarem para as criptomoedas como um meio de fuga.
A Financial Crimes Enforcement Network, conhecida como Fincen, agência do Departamento do Tesouro norte-americano, informou que o Irã pode estar em busca de criar uma criptomoeda estatal para burlar as sanções impostas, e o país não é o único: a ideia de uma criptomoeda estatal já está sendo discutida na Rússia e na Coreia do Norte.