Especialistas indicam razões por trás da dura queda do mercado de criptomoedas vista nesta quarta-feira (19). Inflação, declarações de Elon Musk, lastro do USDT investida da China contra as criptomoedas são as possíveis razões.
Todos os motivos mencionados podem ter impacto direto na decisão de investidores institucionais.
José Arthur Ribeiro e Bernardo Teixeira falaram com o CriptoFácil sobre os temas. Além disso, uma recente opinião de Joel Kruger também foi listada.
Relação com o mercado tradicional
Joel Kruger é estrategista de criptomoedas da LMAX Digital. Ele conta que temores do mercado tradicional sobre um colapso inflacionário afetaram as criptomoedas.
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“No mínimo, atribuiríamos a preocupação dos investidores acerca de um risco inflacionário e o impacto que isso tem nas ações como uma razão legítima para causar uma fraqueza nas criptomoedas. […] Criptomoedas são uma classe de ativos emergente e, por isso, é um mercado relacionado a riscos vulnerável a quedas globais no sentimento dos investidores”, disse ao CoinDesk.
Em outras palavras, a preocupação com uma possível inflação tirou o apetite por risco.
A explicação de Kruger coincide com a recente valorização do ouro, tido como ativo de reserva pelo mercado tradicional. Enquanto o Bitcoin retraiu quase 60% desde abril, o preço do minério cresceu 12% no mercado.
“Efeito Musk”
Para José Arthur Ribeiro, CEO da Coinext, Elon Musk tem uma parcela de responsabilidade em relação às duras correções.
Este mês, o CEO da Tesla travou uma “briga” com entusiastas das criptomoedas. Ao anunciar que a Tesla não aceitaria mais BTC como forma de pagamento, Musk justifica falando do “impacto ambiental” da criptomoeda.
Após os comentários do magnata, o Bitcoin despencou em mais de 10%.
Bernardo Teixeira, CEO da BitcoinTrade, concorda que Musk realmente impactou negativamente a esfera das criptomoedas.
Lastro do USDT
O CEO da BitcoinTrade menciona ainda o recente relatório da Tether. O documento envolve o lastro da stablecoin USDT.
Conforme noticiado pelo CriptoFácil, a empresa revelou que menos de 3% dos mais de 58 bilhões de USDT são lastreados por dinheiro em caixa.
Cabe ressaltar que o USDT domina em grande parte o mercado de stablecoins. Desta forma, Texeira conta ao CriptoFácil que a notícia também pode ter impactado negativamente o mercado de criptomoedas.
Anúncio do governo chinês
Além da inflação e do “efeito Musk”, outro acontecimento pode ter assombrado o mercado.
“O recente anúncio da China […] certamente impactou a percepção dos investidores sobre o ativo [digital]”, declarou o CEO da Coinext ao CriptoFácil.
O especialista se refere à proibição de serviços com criptomoedas por meio de instituições que operam no país.
Apesar da medida restritiva, o governo local testa o yuan digital em algumas cidades.
Bernardo Teixeira também deu importância ao anúncio feito pela China:
“A maior causa dessa última baixa do BTC, se deve sim, ao anúncio da China contra as criptomoedas,” disse ao CriptoFácil.
Recuperação
Apesar de um cenário pouco otimista, o Bitcoin mostrou sinais de recuperação. Depois de testar os R$ 167.436,39 hoje, o BTC saltou 20,64%.
No momento da escrita desta matéria, o Bitcoin custa US$ 38.157,13, cerca de R$ 202.000,18.
Sobre o momento conturbado do mercado de criptomoedas, Ribeiro conclui:
“É fundamental conhecer a natureza do mercado e sua volatilidade antes de investir, sempre entendendo os riscos e possibilidades atreladas aos criptoativos. No caso das estratégias de HODL (acumulação), por exemplo, essa queda não afeta em nada o investidor, que pensa o nosso mercado a longo prazo.”
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