Para Courtnay Guimarães, especialista em blockchain e sócio da Idea Partners, o preço do Bitcoin, que em praticamente todo o ano de 2018 apresentou um mercado de baixa, ainda manterá esta tendência no curto prazo e pode cair abaixo dos padrões atuais impulsionado por diversos fatores, que vão desde uma crise de liquidez nos mercados internacionais até fatores adversos como a guerra de hash no Bitcoin Cash (BCH).
“No curtíssimo prazo, a tempestade ainda vai piorar um pouco. Existem alguns prognósticos de crise de liquidez que a gente vê nos mercados internacionais. O que a gente visava alcançar que era ser o porto seguro, ainda não chegamos onde queríamos”, explicou o especialista para Safiri Felix, durante o BlockCripto.
No entanto, Guimarães avalia que o movimento no BTC faz a criptomoeda passar por uma espécie de “testes de fragilidade”, e, devido às perspectivas e ao comportamento do ativo no mercado, isso deve fortalecer a moeda digital no médio e longo prazo. “Ele deve sair ainda mais forte”, disse, destacando também que este movimento de queda tirou o ativo do “marasmo” e voltou a atenção dos investidores e da imprensa novamente para a criptomoeda, o que pode representar também uma nova onda de “interesse” em torno do criptoativo.
Por outro lado, ele explica que o “excesso de fuga” do Bitcoin nos últimos dias foi gradual e significa que já há grande exposição da criptomoeda aos investidores e, além disso, a forte desaceleração deve “fazer uma limpa” nos players do mercado, tornando o ecossistema melhor e mais seguro, uma vez que novas ferramentas vêm sendo desenvolvidas nos últimos dois anos.
Já para Larry Fink, CEO da BlackRocks, a maior administradora de ativos financeiros do mundo, o que vai impulsionar o preço do Bitcoin nos próximos anos é justamente uma das críticas mais vorazes que se fazem à criptomoeda: seu lastro. O CEO acredita que o constante déficit norte-americano (que é sustentado pela emissão de dólares) trará consequências inimagináveis para a economia dos EUA e pode tornar o país, mais uma vez, o ator principal de uma nova crise econômica global.
Fink destaca que, a partir do ano que vem, os EUA poderiam ser forçado a pegar empréstimos de mais de US$1 trilhão por ano, pois a taxa de inflação crescente do dólar americano, como mostrado pelas crescentes taxas de juros do Federal Reserve, tornou-se muito alta para sustentar a economia, desta forma, jogando para baixo o preço do dolar devido às dúvidas quanto à capacidade dos EUA de honrar seus compromisso e, com isso, os investidores, buscando “salvar” seu dinheiro, investiriam seus capitais no BTC, que não é controlado por uma nação e portanto não sofre com os desmandos políticos, com um refúgio seguro.
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