Um tribunal de Bilbao, no norte da Espanha, tomou a decisão de declarar que o logotipo do Bitcoin é de uso público. Esta decisão proíbe qualquer empresa de explorar comercialmente o símbolo de forma exclusiva. O veredito foi anunciado pelo Tribunal Comercial nº 2 de Bilbao, que declarou nula uma marca que reproduzia o logotipo do Bitcoin, estabelecendo que a marca agora pertence ao domínio público.
De acordo com a divulgação feita pela empresa Bit2Me, uma plataforma de serviços financeiros em criptomoedas, a decisão do tribunal decorreu de uma ação judicial movida pelo proprietário da marca contra a Bit2Me. A acusação principal era de violação dos direitos de marca. No entanto, a decisão não só absolveu a Bit2Me de qualquer infração, mas também declarou a nulidade da marca figurativa espanhola objeto da controvérsia.
Inicialmente, a marca estava registrada na classe 35, que abrange serviços de publicidade, gestão de negócios comerciais, administração comercial e trabalhos de escritório.
Além disso, a decisão judicial estabelece um precedente importante no campo das criptomoedas e da propriedade intelectual, afetando empresários e empresas do setor. A Bit2Me argumentou que tanto o termo “Bitcoin” quanto o logotipo associado eram de domínio público desde sua criação. Eles foram inicialmente apresentados em novembro de 2010 no fórum bitcointalk.org, o mesmo fórum onde Satoshi Nakamoto publicou o whitepaper do Bitcoin.
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O Bitcoin é do povo
Durante o julgamento, a Bit2Me destacou que o criador do logotipo do Bitcoin o cedeu à comunidade para uso gratuito e irrestrito. Além disso, a empresa lembrou ainda que essa cessão pública impedia que qualquer membro da comunidade se apropriasse do logotipo para fins comerciais. Por fim, o juiz do caso concluiu que o autor da marca registrada havia abusado da confiança ao tentar explorar comercialmente um símbolo criado pela comunidade.
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A decisão do tribunal sublinha a importância de compreender os limites da propriedade intelectual no contexto das criptomoedas. Empreendedores devem estar cientes de que termos e logotipos amplamente utilizados e reconhecidos na comunidade digital podem não ser elegíveis para registro exclusivo. A decisão destaca a necessidade de agir de boa-fé ao registrar marcas para evitar litígios dispendiosos e possíveis invalidações dos registros.
