Os redatores de white papers estão ganhando até US$50 mil por trabalho, de acordo com uma investigação da Decrypt publicada nesta semana – mas os freelancers envolvidos acusaram algumas startups de enganarem os investidores, conforme mostra o artigo da Cointelegraph.
Os escritores disseram ao site, como parte de sua investigação de duas semanas, que a conclusão de um trabalho pode levar até oito meses e custar entre US$1.000 e US$50.000, com a maioria do trabalho encontrado em plataformas como LinkedIn e Upwork. Muitos dos entrevistados alegaram que “eram constantemente obrigados a fabricar e exagerar os fatos”.
Adefemi Yusuff Adegoke, um escritor de white paper, observou que alguns números de startups equivalem a fraudes – com orçamentos variados indo para os bolsos dos principais executivos. Ele adicionou:
“Um projeto que pode ser executado com um orçamento de US$180.000 pode ser supervalorizados até US$450.000. E eles não relatam o valor total realizado durante a ICO.”
Volodymyr Malyshkin, fornecedor ucraniano de white paper, revelou que lhe pediram para incluir números falsos em documentos. Ele também alegou que muitas empresas tinham pouca compreensão do que a blockchain envolve e simplesmente queriam incluir o chavão para atrair investimentos. Em alguns casos, Malyshkin disse que os escritores enfrentaram a tarefa de inventar modelos de negócios inteiros para seus clientes.
Um escritor anônimo de white paper nos Estados Unidos acrescentou que a violação de direitos autorais é abundante na indústria, com executivos de startups ordenando que os escritores incluam detalhes de tecnologia patenteada pertencente a empresas rivais.
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Por outro lado, a maioria dos entrevistados relatou um aumento recente na demanda por trabalhos de white paper, sugerindo que a crise das criptomoedas está chegando ao fim, observa a Decrypt.
Acusações de fraude em white papers não são novidade na indústria. Em outubro do ano passado, o desenvolvedor da rede Ethereum Joey Zhou alegou que o white paper do Petro, criptomoeda estatal da Venezuela, era um “clone descarado da Dash”.
E em janeiro, Simon Morris, ex-chefe de estratégia da BitTorrent, supostamente deixou a empresa depois de confrontar o CEO da Tron Justin Sun sobre o suposto plágio no código da plataforma e do white paper.
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