O Bitcoin passou por uma transformação estrutural. Até 2024, seu preço era ditado por fatores do ecossistema cripto, como demanda de varejo e eventos de halving, resultando em volatilidade extrema e quedas brutais. A entrada maciça de instituições financeiras, consolidada com a aprovação dos ETFs em 2024, mudou esse paradigma, acrescentando uma nova e poderosa camada de influência.
A relação é direta: influxos nos ETFs de Bitcoin sinalizam pressão compradora. Há uma razão estrutural para isso: entrada dos grandes players do mercado financeiro tradicional no jogo do Bitcoin.
Grandes corretoras de criptomoedas, responsáveis pela custódia dos BTCs que lastreiam os ETFs, estão trancando essas moedas, removendo supply do mercado aberto. Isso cria uma pressão compradora constante, tornando quedas drásticas cada vez mais incomuns. As correções agora têm magnitude menor e recuperação mais rápida.
Neste contexto estruturalmente sólido, a sazonalidade conhecida como “Uptober” – outubro historicamente forte para o BTC – ganha novo significado. O mês já começou com uma valorização de +5.41%, impulsionando o preço de volta a US$ 120.000. Três fatores-chave sustentam este movimento.
Demanda em alta por ETFs de Bitcoin
Primeiro, a demanda institucional que está explodindo. Os ETFs de Bitcoin dos EUA registraram US$ 2,25 bilhões em entradas líquidas apenas nesta semana, com o IBIT da BlackRock liderando com sequência diária acima de US$ 1 bilhão.
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora
Como destacou Eric Balchunas, analista sênior de ETF da Bloomberg, o volume do IBIT atingiu US$ 4,3 bilhões em um único dia, colocando-o entre os 10 maiores ETFs por volume diário, ao lado de gigantes como SPY e QQQ. O fundo já ingressou no top 20 de ETFs por patrimônio, superando US$ 90 bilhões em AUM.
Derivativos em movimento
Em segundo, o mercado de derivativos, que para ter migrado de vez para Wall Street. Pela primeira vez na história, o interesse aberto em opções do IBIT (US$ 38 bilhões) superou o da Deribit, a maior bolsa de opções de cripto do mundo.
O volume, que representa 45% do interesse aberto global em opções de BTC, mostra o poder de Wall Street sobre o preço do Bitcoin. Balchunas ressaltou esses números, destacando que o IBIT ultrapassou a plataforma Deribit da Coinbase como o maior mercado de opções de bitcoin.
“ETFs (de Bitcoin) não são brincadeira”. concluiu o analista da Bloomberg.
Dados macro positivos
Por fim, os o fundo macroeconômico favorável para o ativo. Dados econômicos mais fracos nos EUA e o impasse político estão sendo interpretados pelo mercado como um sinal para um afrouxamento futuro do Fed.
Este ambiente alimenta simultaneamente ativos de risco e hedges tradicionais, criando um vento favorável para o Bitcoin. Além disso, o S&P 500 atingiu recorde de 6.715 e o ouro também ampliou o seu rali, mostrando que o BTC está bem acompanhado.