A adição do termo “Blockchain” ao nome das empresas provou ser muito benéfica, pelo menos para aquelas empresas listadas na bolsa norte-americana. No entanto, essa tática também atraiu atenção negativa dos reguladores, que exigem que as promessas feitas sejam cumpridas na prática e não apenas no nome. Atualmente, duas empresas da Nasdaq enfrentam problemas relacionados à isso.
A Riot Blockchain, Inc. (identificada na Nasdaq como RIOT) foi atingida com um processo de ação coletiva no Distrito Sul da Flórida. Até outubro de 2017, a Riot era uma empresa de biotecnologia conhecida como Bioptix, Inc. que se especializou no desenvolvimento de ferramentas de diagnóstico veterinário. Em 4 de outubro, a Bioptix anunciou a mudança do seu nome para Riot Blockchain, mudando seu foco de negócios para investir em blockchain. A empresa é acusada de falsas declarações e de que os preços dos seus títulos tenham sido inflacionados artificialmente.
A denúncia alega que os acusados fizeram declarações falsas e enganosas, ou falharam na divulgação de materiais diversos sobre os negócios e operações da Riot. Especificamente, a acusação alega que a empresa não divulgou a sua mudança de nome, com a finalidade de gerar entusiasmo dos investidores e embarcar a empresa no recente aumento de preço das criptomoedas, apesar da empresa não possuir nenhum negócio significativo relacionado à tecnologia.
Outro caso foi o da Long Blockchain Corp. (identificada na Nasdaq como LBCC), que recebeu um aviso da Nasdaq sobre a determinação da retirada dos valores mobiliários da empresa. Os documentos da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC, na sigla em inglês) também mostram que a Nasdaq estava revogando sua notificação prévia à Long Blockchain. Antes de junho de 2017, a empresa se chamava Long Island Iced Tea, e ganhou notoriedade quando o preço das ações aumentou 432% em um único dia após a mudança de nome que inseriu o termo blockchain à ele.