A Polícia Civil de Manaus, no Amazonas, prendeu na segunda-feira, 16 de dezembro, Rafael Martins Suarez Salazar, um empresário venezuelano por, supostamente, aplicar golpes com Bitcoin e outras criptomoedas. A acusação diz que Salazar prometia rendimentos de até 60% em 12 dias e que já teria acumulado R$5 milhões, desde que chegou ao Brasil, há dois anos. As informações são do site de notícias Cointelegraph e foram divulgadas nesta quarta-feira, dia 18 de dezembro.
De acordo com a Polícia Civil, mais de 100 pessoas teriam sido vítimas do suposto golpe de Salazar. As autoridades procuram ainda por André Luiz Athayde Gomes, acusado de ajudar o venezuelano.
Salazar foi preso em um condomínio de luxo no bairro Ponta Negra, localizado na Zona Oeste de Manaus e junto com ele foram apreendidos três carros de luxo.
O acusado afirma que não aplicou golpe e tampouco cometeu estelionato, acusação pela qual ele vai responder:
“Eu somente fazia a movimentação no mercado pelo fato de eu ser formado e ter todas as credenciais para mexer no mercado financeiro. Fizemos o pagamento de lucro para todos os clientes até a segunda semana do mês de outubro. Por conta da descida do Bitcoin e o mercado estar bem ruim, nós fechamos os lucros até 30 de novembro, onde combinamos com os nossos clientes em fazer os pagamentos”, explicou ele.
O que diz a acusação
Entretanto, de acordo com a matéria, Salazar não tinha autorização ou dispensa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para oferecer serviços de investimento no Brasil. O delegado titular da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd), Aldeney Góes, confrontou as informações de Salazar e afirmou que os suspeitos não informavam aos clientes sobre os riscos envolvidos nas aplicações.
“Existia um contrato padrão que oferecia, semanalmente, 5% do montante que era aplicado. Se investia R$100 mil, ganhava R$5 mil toda semana, aos sábados. Ao final de um ano, o cliente tinha direito de receber esse dinheiro investido de volta. É uma coisa maravilhosa, mas isso não existe. Toda aplicação financeira, principalmente as de alto risco, corre o risco de perder valores. E os suspeitos não passavam isso para os clientes. Enquanto entra dinheiro, eles pagam as vítimas para que gere uma propaganda”, declarou o delegado.
O grupo de clientes que procurou a delegacia para denunciar Salazar, explicou que desde outubro ele teria parado de pagá-los, alegando problemas no mercado. O delegado disse ainda que os suspeitos falavam que iam atualizar a plataforma para melhorar o sistema e “faziam reuniões e jogavam a dívida para frente”.
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