A empresa global de pagamentos Fiserv anunciou nesta segunda-feira (23) que vai lançar uma plataforma de ativos digitais e uma stablecoin própria na Solana, chamada FIUSD, até o final de 2025. A Fiserv pertence ao Fortune 500, lista anual publicada pela revista Fortune que classifica as 500 maiores empresas dos Estados Unidos com base em suas receitas totais.
De acordo com o anúncio, o ativo digital terá lastro em moeda fiduciária e será desenvolvido com infraestrutura fornecida pelas empresas Circle e Paxos, duas das principais emissoras de stablecoins reguladas do setor.
Conforme destacou a Fiserv, o token, emitido inicialmente na blockchain Solana, fará parte do sistema bancário central da empresa. Atualmente, esse sistema atende quase 10 mil instituições financeiras e seis milhões de comerciantes em todo o mundo.
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Nova stablecoin na Solana
A empresa classifica o FIUSD como “dinheiro programável”. O comunicado destaca que a stablecoin na Solana terá movimentação ininterrupta e foco na redução de custos e fricções nos sistemas de pagamento tradicionais.
Além disso, a Fiserv também está avaliando o desenvolvimento de tokens de depósito e outros produtos tokenizados. O objetivo é reduzir os encargos de capital para instituições financeiras.
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“Junto com nossas outras plataformas nativas em nuvem, acreditamos que o FIUSD oferecerá aos nossos clientes a eficiência e a flexibilidade necessárias para prosperar no ecossistema bancário e de pagamentos em evolução”, disse o CEO da Fiserv, Takis Georgakopoulos, em comunicado.
Mercado de stablecoins aquecido
O anúncio ocorre em um momento de avanço regulatório nos Estados Unidos. O Senado dos EUA aprovou na semana passada o GENIUS Act, um projeto de lei bipartidário que estabelece as primeiras regras federais para stablecoins.
A proposta exige, por exemplo, lastro em caixa ou títulos do Tesouro, auditorias regulares e controles rigorosos contra lavagem de dinheiro. O texto agora segue para votação final na Câmara, e o presidente Donald Trump já declarou apoio à iniciativa.
A movimentação da Fiserv acompanha planos semelhantes de grandes empresas, como Amazon e Walmart, que também estudam lançar stablecoins próprias diante do aumento da clareza regulatória.
Além dos Estados Unidos, a Fiserv poderá se beneficiar de sua parceria com emissores regulados como a Circle em outros mercados. Na Europa, as regras do pacote MiCA já estão em vigor e exigem que stablecoins não lastreadas em euro limitem transferências diárias a 200 milhões de euros.
Problemas das stablecoins
Apesar de estáveis, a stablecoins não são isentas de riscos. Recentemente, Arthur Hayes, ex-CEO da BitMEX, está ocorrendo uma possível “bolha das stablecoins“.
“A bolha estourará após o lançamento de uma emissora de stablecoins em um mercado público, provavelmente nos EUA, que separa os tolos de dezenas de bilhões de capital usando uma combinação de engenharia financeira, alavancagem e um espetáculo impressionante”, previu Hayes.
Além disso, um relatório recente da Chanalysis apontou os diversos riscos que as stablecoin trazem. Por exemplo, as stablecoins centralizadas apresentam problemas com a custódia dos recursos que lastreiam essas moedas digitais. Afinal, os usuários precisam confiar que as empresas emissoras manterão reservas adequadas e agirão com integridade, o que nem sempre acontece. Além disso, ações regulatórias ou falhas operacionais podem impactar toda a rede.
Por outro lado, as stablecoins descentralizadas enfrentam desafios técnicos mais complexos. Isso porque vulnerabilidades em contratos inteligentes, falhas em oráculos de preços e mecanismos de liquidação podem ser explorados por hackers para manipular a emissão de tokens ou drenar fundos dos pools de colateral.